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Nobel da Paz quer que prêmio ajude na luta contra a pobreza

Economista ofereceu microcréditos de até US$ 200 para aproximadamente 7 milhões de pessoas; 58% delas vivem, agora, acima da linha de pobreza

Por Agencia Estado
Atualização:

O economista Muhammad Yunus, de Bangladesh, recebeu o Prêmio Nobel da Paz neste domingo alegando que espera que a premiação inspire outras iniciativas na luta contra a pobreza no mundo. Yunus, de 66 anos, muitas vezes chamado como "banqueiro dos pobres", foi premiado pela criação do Grameen Bank, que disponibiliza microcrédito para pessoas de baixa renda, empréstimos que muitas vezes não tinham garantia de retorno. "A Paz é ameaçada por injustiças econômicas, sociais e políticas, ausência de democracia, degradação ambiental e pela ausência dos direitos humanos", afirmou Yunus, em um texto divulgado antes da cerimônia de entrega do prêmio. Yunus, primeiro Nobel da Paz de Bangladesh, afirmou que a pobreza existe pois o mundo faz muito pouco contra ela. "Queríamos ir à Lua, e fomos. Nós alcançamos o que queremos alcançar", alertou. O Grameen Bank foi a primeira instituição a oferecer microcrédito para pessoas de baixa renda de Bangladesh, que por não terem segurança econômica, não conseguiam empréstimos de bancos convencionais. Não é necessário comprovação de renda e o pagamento é feito com um sistema de honra, sendo que 98% dos empréstimos são pagos no prazo estipulado. Yunus aceitou o prêmio, que inclui uma medalha de outro, um diploma e cerca de US$1.4 milhões de dólares entregues em uma cerimônia de gala no Oslo City Hall. Mazeda Begum, uma das beneficiadas pelo banco, foi convidada para participar da apresentação do prêmio. "Meus pais me fizeram nascer, mas o Grameen Bank me deu a vida", afirmou. O apresentador do prêmio, Ole Danbolt Mjoes, afirmou que a premiação a Yunus faz com que o mundo islâmico seja reconhecido em uma área onde muitas vezes é condenado por conta do terrorismo. "O Nobel da Paz a Yunus e ao Grameen Bank também é um incentivo a Bangladesh e para todos os países muçulmanos que trabalham para o diálogo e para a colaboração", afirmou. O banco ofereceu créditos de até 200 dólares para aproximadamente 7 milhões de pessoas, 97% delas mulheres, que com o dinheiro puderam comprar alimentos, adquirir celulares para abrirem seus próprio negócio, entre outras coisas. Yunus afirmou que, com a iniciativa, aproximadamente 58% dos credores do banco agora vivem acima da linha de pobreza.

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