Norte-americanos entram no fim de ano pessimistas--pesquisa

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Por JOHN WHITESIDES
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Os norte-americanos entram na temporada de festas de fim de ano cheios de preocupações econômicas, temores com a segurança e desconfiança em relação ao governo, segundo pesquisa Reuters/Zogby divulgada na quarta-feira. A Índice Reuters/Zogby, que mede o humor do país, caiu pelo terceiro mês consecutivo, de 96 em outubro para 94,9 em novembro, devido ao crescimento no número de norte-americanos insatisfeitos com a economia e pessimistas com o futuro. A popularidade do presidente George W. Bush, que batera um recorde negativo no mês passado, recuperou-se ligeiramente -- a aprovação subiu de 24 para 28 por cento. Já o Congresso continua malvisto, com aprovação positiva de apenas 11 por cento, igualando seu pior resultado anterior. "Pelo terceiro mês consecutivo, os norte-americanos têm a sensação de que as coisas não estão melhorando, que estão piorando", disse o pesquisador John Zogby. O preço da gasolina, a crise das hipotecas imobiliárias e rumores de uma recessão abalaram os mercados, prejudicando também a confiança da população na economia, observou Zogby, citando também, no campo político, a perspectiva de um conflito com o Irã, as turbulências no Paquistão e a guerra no Iraque. "Todas essas más notícias têm um efeito cumulativo. Alimenta e envenena (as expectativas). O humor é guiado pela economia, mas os norte-americanos claramente não têm também muita fé nas suas instituições de governo." A pesquisa mostrou que 40 por cento esperam uma recessão no ano que vem (eram 31 por cento em outubro), e que 39 por cento pretendem gastar menos nos feriados (também eram 31 por cento no mês anterior). O índice dos que reprovam a política econômica subiu de 28 para 32 por cento. A confiança de que a próxima geração terá uma vida melhor caiu de 63 para 61 por cento. Além disso, caiu também (de 29 para 25 por cento) o número de entrevistados que se sentem "muito seguros" em relação a ameaças estrangeiras, e subiu de 16 para 20 por cento os que "não se sentem muito seguros" ou se sentem "nada seguros". Para 26 por cento, o país vai na direção certa, aumento de dois pontos percentuais em um mês. Cerca de dois terços acham que os EUA estão no caminho errado. "Os norte-americanos estão ficando irritados. Não estão ouvindo notícias encorajadoras nem sentido que há uma luz no fim do túnel", disse Zogby. A maioria dos norte-americanos, 55 por cento, ainda considera boa a situação de suas finanças pessoais (oscilação de 1 ponto percentual), e dois terços se dizem muito orgulhosos de seu país. O Índice combina as respostas a dez perguntas sobre os líderes dos EUA, a direção do país e seu futuro. Ele começou a ser elaborado em julho, mês definido como base 100 do índice. Um índice abaixo de 100, como ocorre desde então, indica uma piora no humor coletivo em relação a julho deste ano. O índice é divulgado na terceira quarta-feira de cada mês. A pesquisa ouviu por telefone 1.009 prováveis eleitores, entre quarta e sexta-feira da semana passada. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais para menos ou mais.

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