SEUL - Um soldado norte-coreano atravessou a Zona Desmilitarizada (DMZ) que divide a península coreana, afirmou o Comando Conjunto de Seul nesta quinta-feira, 1º. A identidade do homem e as circunstâncias em que ele cruzou a linha de demarcação, estritamente vigiada, ainda não foram reveladas. Ele está sob custódia do exército da Coreia do Sul e passa por um interrogatório.
Mais de 30.000 norte-coreanos atravessaram do norte para o sul desde que a península coreana foi dividida pela guerra, há mais de 65 anos, de acordo com dados do governo. A motivação, em muitos casos, foi a prolongada dificuldade econômica.
Poucos se atrevem a atravessar a DMZ, que está repleta de minas terrestres e tem uma forte presença militar em ambas as direções. A maioria cruzou a fronteira com a China, muito mais porosa, antes de chegar à Coreia do Sul por meio de um terceiro país.
Segundo o exército, o homem foi descoberto quando se mudou para o sul depois de cruzar a linha de demarcação militar da DMZ na noite de quarta-feira, 31. "O exército obteve a custódia dessa pessoa, de acordo com o procedimento" estabelecido, disse o Estado-Maior Conjunto em breve comunicado, afirmando que ele estava sendo interrogado. "Nenhum movimento militar norte-coreano foi visto na fronteira", acrescentou.
Pyongyang está sujeita a duras sanções econômicas devido aos seus múltiplos testes nucleares e lançamentos de mísseis, o último deles nesta semana.
O regime classifica os desertores - que representam uma fonte importante para conhecer o tratamento brutal que os cidadãos recebem - de "escória humana".
Os contatos entre o norte e o sul estão mínimos desde fevereiro, quando uma segunda cúpula entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, terminou sem um acordo sobre o desmantelamento do arsenal nuclear de Pyongyang.
Em novembro de 2017, um soldado de 24 anos do Norte conseguiu atravessar, sob chuva de balas, a linha de demarcação na cidade de Panmunjom, onde os exércitos das duas Coreias se enfrentam. A deserção anunciada nesta quinta-feira é a terceira desde então. / AFP