Noruega combate xenofobia um ano após massacre

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Por AE
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A disposição da Noruega de enfrentar a xenofobia com tolerância será colocada à prova no primeiro aniversário dos ataques a bomba e tiros promovidos por um extremista. Ciganos vindos do Leste Europeu estão sendo recebidos com demonstrações hostis no país recentemente.O primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, disse estar incomodado com o teor dos debates sobre os pequenos acampamentos, com barracas improvisadas, levantados por grupos de ciganos em Oslo e outras cidades norueguesas.A reação aos ciganos não é pior do que no restante da Europa. Muitos ciganos disseram que são tratados de forma melhor na Noruega do que nos seus países de origem, como Romênia e Bulgária. Mas a discussão acontece em um período desconfortável para a Noruega, que se prepara para prestar homenagem as 77 vítimas do massacre do ano passado, que completa um ano amanhã.Haverá uma cerimônia no local bombardeado em Oslo, com discurso do primeiro-ministro; um serviço religioso com a presença da família real na catedral de Oslo; uma cerimônia com a presença dos sobreviventes do massacre em Utoya e um show no centro da capital. O assassino confesso, Anders Behring Breivik, que deve ter sua sentença anunciada no mês que vem, disse que os ataques de 22 de julho, com bombardeio de um prédio do governo e tiroteio em um acampamento da juventude de um partido de esquerda, foram os primeiros tiros de uma guerra contra o multiculturalismo.O debate sobre a questão da imigração ficou de lado durante meses na Noruega. Mas recentemente diversas autoridades começaram a adotar um tom mais duro contra os acampamentos ciganos. "Já basta. Arranjem um ônibus e mandem eles embora", afirmou o líder do Partido Progressista, Siv Jensen, em uma entrevista para a emissora pública NRK.Embora não faça parte da União Europeia, a Noruega é um aliado próximo do bloco e permite que cidadãos de países da região - incluindo Romênia e Bulgária - entrem livremente em seu território e permaneçam por até três meses, sem a necessidade de nenhum registro. As informações são da Associated Press.

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