Noruega considera terrorismo islâmico a maior ameaça para o país

Serviços de inteligência são acusados de fechar os olhos para grupos antimuçulmanos

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Por Efe
Atualização:

COPENHAGUE - Os serviços de inteligência noruegueses (PST) consideram que o terrorismo islâmico é a principal ameaça para a Noruega apesar da perpetração do duplo atentado de 22 de julho, no qual o ultradireitista Anders Behring Breivik matou 77 pessoas."A ameaça terrorista foi uma preocupação crescente nos últimos três a quatro anos, e em 2012 o maior desafio serão pessoas vinculadas à ideologia extremista islâmica. A situação de ameaça hoje é preocupante", disse a chefe do PST, Janne Kristiansen, na apresentação da análise sobre a segurança do país.Janne rebateu as acusações de que o PST fecha os olhos para a extrema-direita e os grupos antimuçulmanos."Essa ameaça não é da mesma intensidade e dimensão que a dos ambientes muçulmanos", insistiu a chefe do órgão, apesar de a Noruega não ter vivido nenhum atentado de grupos fundamentalistas islâmicos.A responsável do PST admitiu que os potenciais terroristas islâmicos não são muitos, embora cada vez aumentem mais, e acrescentou que eles enxergam a Noruega como "inimiga" e querem atacar a sociedade e matar pessoas específicas.No entanto, tanto ela como a ministra da Defesa, a trabalhista Grete Faremo, presente no ato, ressaltaram que a Noruega continua sendo um país pacífico e seguro.Em 22 de julho Breivik detonou um carro-bomba no complexo governamental de Oslo, onde morreram oito pessoas, e em seguida se dirigiu à ilha de Utoeya, a 45 quilômetros da capital, onde disparou de forma indiscriminada e matou outras 69 pessoas.A maioria das vítimas de Utoeya participava do acampamento de jovens do partido trabalhista.A atuação de Janne foi muito criticada pelos erros de comunicação cometidos por seu departamento e por ela própria em relação ao duplo atentado, o que provocou inclusive pedidos de demissão por parte da oposição.A chefe do PST deu declarações públicas há um mês, obrigada pela ministra da Defesa, e se desculpou pelos erros, reiterando sua intenção de continuar no cargo. 

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