Nos dois maiores grupos, promessas delirantes

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Por Buenos Aires
Atualização:

Dos grupos identificados com o neonazismo na Argentina, o principal é o Partido Nuevo Triunfo (PNT), comandado por Alejandro Biondini, jocosamente apelidado pela imprensa de "el pequeño führer" - o líder costuma inclusive se vestir como o ditador. Há dois anos, ele reuniu 4 mil assinaturas para tentar conseguir a legalização do partido. No entanto, diante das reclamações de ONGs, a Justiça recusou o pedido. O site do PNT na internet protesta contra o sionismo e imigrantes, além de comemorar o aniversário de Hitler todo 20 de abril. Raúl Kollmann, um dos principais especialistas em neonazismo na Argentina, disse que os debates entre os militantes do PNT são ecléticos. Abordam a política tradicional e até o lado ideológico dos desenhos animados. Um dos preferidos pelos biondinistas é Os Smurfs, já que todos obedecem ao "Papai Smurf", o que indica respeito à autoridade. Além disso, a única mulher ostenta longos cabelos loiros, portanto, é uma "ariana". Mas o PNT abomina Os Simpsons. Segundo o partido, a série é "bolchevique e psicanalítica". Outro grupo é o Partido Nova Ordem Social Patriótica (PNOSP), liderado por Alejandro Franze, um corpulento vendedor de livros usados, que sustenta que possui 7 mil seguidores, número considerado "delirante" pelos especialistas. "Quando tomarmos o poder, expulsaremos os imigrantes porque eles tiram o trabalho de nosso povo e o pão dos filhos dos argentinos", entoa Franze. Em 1937, quando dominava a Alemanha, Adolf Hitler inspirou a criação de um partido nazista argentino, que, dizem especialistas, contou com mais de 60 mil seguidores. Naquele ano, os militantes locais realizaram um comício no ginásio coberto do Luna Park, onde reuniram mais de 15 mil pessoas.

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