14 de janeiro de 2015 | 08h24
PARIS - A edição desta semana do jornal satírico francês Charlie Hebdo, alvo de um atentado terrorista organizado pela Al-Qaeda na Península Arábica que matou 12 pessoas na semana passada, esgotou-se rapidamente nas bancas de Paris nesta quarta-feira,13, em seu primeiro dia nas bancas. Ao menos 700 mil exemplares, segundo o canal de TV BFM, foram vendidos. A tiragem inicial em todo mundo era de 3 milhões de cópias.
Em Paris, a maioria das bancas do centro da cidade ficaram sem exemplares antes das 8h locais (5h de Brasília) e dois jornaleiros contaram que as revistas esgotaram em poucos minutos.
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Nas estações do metrô, também se formaram filas em frente aos pontos de venda, que se dispersavam assim que era anunciado o fim dos exemplares da revista.
Vários vendedores de jornais e revistas relataram que não fizeram reservas para os clientes que tinham solicitado porque acreditam que vão receber novas remessas nas próximas horas e nos próximos dias.
A editora que publica o semanário anunciou que imprimirá mais 2 milhões de cópias do jornal, que traz na edição chamada "número dos sobreviventes" uma nova charge do profeta Maomé, com a frase: "Tudo está perdoado. Eu sou Charlie."
A grande vendagem e os pedidos recebidos pela revista tanto no exterior como na França, motivou a ampliação da tiragem.
A venda desta edição será realizada durante dois meses, disse a distribuidora, que pediu "paciência" aos clientes. A MLP afirmou que a receita das vendas do primeiro milhão de revistas será destinada integralmente para o semanário.
"Não sabemos como, mas o Charlie Hebdo seguirá existindo sem interrupção, começando a partir de amanhã", afirmou ontem em entrevista coletiva seu redator chefe, Gérard Biard. / EFE
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