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Nova York e Europa se preparam para fechar escolas novamente devido ao coronavírus

Países europeus também estão impondo medidas mais severas de isolamento, o que está gerando protestos em diferentes cidades

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Por Redação
Atualização:

NOVA YORK - Mais de 1,3 milhão de pessoas morreram no mundo com o novo coronavírus, o que obrigou vários países europeus a anunciar neste sábado, 14, que vão fechar novamente as escolas. O mesmo aconteceu em Nova York.

Pelo menos 1.305.039 mortes e 53,4 milhões de casos de covid-19 já foram registrados no mundo, de acordo com uma contagem feita pela AFP a partir de fontes oficiais no sábado.

Manifestantes desafiam toque de recolher e protestam contra novas medidas para conter a disseminação da covid Foto: EFE/EPA/RODRIGO ANTUNES

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Os Estados Unidos, com 245.574 mortes, é o país com mais vítimas, à frente do Brasil (186.658), Índia (129.188), México (98.259) e Reino Unido (51.304). A Europa, com 284.000 novos casos por dia, é a região onde o vírus se espalha mais rapidamente.

A Áustria e a Grécia anunciaram no sábado que fecharão escolas, enquanto o primeiro-ministro francês, Jean Castex, alertou que devemos nos preparar para viver com o vírus "por muito tempo".

Mas o cansaço das populações aumenta.

Em Portugal, onde já prevalece o toque de recolher noturno, também será estabelecido um toque de recolher de fim de semana para 70% da população. Cerca de 500 pessoas desafiaram as proibições e realizaram uma "Marcha da Liberdade" em Lisboa. “A pandemia está aí, temos que nos proteger, mas sem matar a economia”, argumentou Carla Torres, 33, enquanto protestava.

Na Alemanha, onde há semanas há manifestações contra as restrições, centenas de pessoas marcharam novamente em Frankfurt e outras cidades. A polícia teve que usar canhões de água para dispersar alguns manifestantes.

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O Conselho Geral do Colégio Espanhol de Médicos solicitou a renúncia do coordenador de saúde do governo, Fernando Simón, “por sua deficiência manifesta e prolongada ao longo da evolução da pandemia de covid-19”.

A Espanha, colocada como exemplo ao final da primeira onda do coronavírus pela Organização Mundial da Saúde (OMS), já registra mais de 40 mil mortes, e tem alguns dos piores indicadores do Velho Continente. Simón provocou indignação entre os médicos ao minimizar os casos de covid-19 na profissão.

A cidade italiana de Nápoles, onde ocorreram protestos, entrou em uma "zona vermelha". Os hospitais estão lotados e alguns pacientes são tratados diretamente em seus carros.

Num clima de angústia, principalmente entre setores como os pequenos negócios, obrigados a fechar as portas na grande maioria dos países europeus, a esperança está na chegada de uma vacina o mais rápido possível.

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A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) planeja aprovar uma primeira vacina contra o novo coronavírus "até o final do ano" para distribuição "a partir de janeiro", disse seu diretor, Guido Rasi, no sábado.

Enquanto a Europa aperta as restrições, a América Latina e o Caribe, que acumulam mais de 421 mil mortes e chegam a 12 milhões de infecções, iniciaram recentemente o fim progressivo das medidas de isolamento em alguns países. Entre eles está o Chile, que anunciou a reabertura de sua fronteira ao estrangeiro após oito meses de fechamento.

O México, onde em muitos estados a pandemia reaparece, ultrapassou um milhão de infecções no sábado.

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“A epidemia está muito ativa, visto pelas reviravoltas, tanto oficiais quanto aquelas registradas por clínicos no atendimento ao paciente (...) Provavelmente ainda vamos ver o pior”, disse à AFP Alejandro Macías, ex-comissário nacional contra a pandemia de influenza A H1N1 em 2009.

O número de infecções no resto dos continentes continua aumentando, exceto na Oceania. Mas é sobretudo nos Estados Unidos que a situação é mais alarmante: quase uma em cada cinco mortes ocorreu neste país, o mais afetado do mundo.

Em Nova York, a cidade dos Estados Unidos mais atingida entre março e junho, a taxa de teste positivo - que por algum tempo se manteve perto de 1% - agora aumenta diariamente e na sexta-feira ultrapassou, pela primeira vez, o limite crítico de 3%.

O prefeito Bill de Blasio, que reabriu escolas públicas no final de setembro seguindo um modelo híbrido, pediu aos pais de alunos que se "preparassem" para o fechamento na segunda-feira. Com mais de 23 mil mortes registradas na metrópole, a memória dos caminhões do necrotério e das barracas erguidas em frente aos hospitais em março e abril ainda está viva.

"Teremos que fechar tudo", alertou o epidemiologista de Harvard Michael Mina na sexta-feira. "E se não fecharmos tudo ou procurarmos outra saída, o feriado de Ação de Graças levará a outra explosão massiva de casos."

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao contrário dos confinamentos impostos pelos governadores de cada estado, insiste que a solução é distribuir as primeiras doses de uma vacina o mais rápido possível. Esta distribuição, para pessoas em risco, pode acontecer em "questão de semanas", disse Trump na sexta-feira.

Em meio ao otimismo com as notícias promissoras de uma vacina contra a covid-19, a desconfiança da população em relação à imunização pode prejudicar o produto mais eficaz, alertou a divisão de imunização da Organização Mundial de Saúde (OMS).

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Após o anúncio da Pfizer e da BioNTech do desenvolvimento de uma vacina "90% eficaz", resta saber se os países pobres terão acesso ao produto. O diretor da OMS pediu que qualquer "avanço científico" beneficie todos os países rapidamente./AFP

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