Nova York reforça segurança contra terrorismo

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Por Agencia Estado
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Em Wall Street, na firma Bear, Stearns, a idéia de fornecer um salvo-conduto a visitantes e instruções para chegar ao elevador é coisa do passado: Qualquer pessoa agora precisa ser acompanhada até os escritórios que ela está visitando. O Hotel Waldorf-Astoria, no East Side, que costumava acionar aparelhos de raio X só em ocasiões especiais, agora os utiliza para examinar tudo - de roupa de cama a uísque escocês puro para o bar Bull and Bear do Hotel. Em 50 escolas primárias católicas em Manhattan, crachás de identificação estão sendo distribuídos aos diretores. É possível que essa política se estenda futuramente a professores e alunos. Mas há ainda mais sintomas de reforço da segurança na cidade. Por exemplo, soldados da Guarda Nacional Armada ficarão a postos em aeroportos. E o Departamento de Polícia está parando caminhões em praticamente todos os cruzamentos de acesso a Manhattan. Com isso, o congestionamento se estende até os subúrbios. Essas medidas para garantir a segurança, algumas sutis e outras simbólicas, adotadas por especialistas, autoridades policiais e outros, pertencentes à vida pública e privada, fazem parte do esforço para conseguir, se não o estado inacessível de proteção máxima, a sensação de segurança levemente maior numa cidade superpovoada, complexa e que em grande parte não se curva. Mudança de hábitos Desde a forma como passagens ferroviárias são vendidas, gêneros alimentícios entram em restaurantes e fãs podem apreciar os jogos de beisebol neste início de outubro - tudo está sendo influenciado. Isto, sem falar da adaptação pessoal por que milhões de nova-iorquinos estão passando, desde o modo como maridos e mulheres se despedem toda manhã, até a tomada de decisões sobre comprar ou não máscaras contra gás ou antibióticos. "Não é nenhuma paranóia pensar em preparar-se para o próximo ataque na cidade de Nova York, ou Estado, pois sabemos que os terroristas estão no nosso encalço", disse o senador estadual Roy Goodman, presidente de uma força-tarefa local sobre avaliação e prontidão para a ameaça de ataques terroristas. Em escritórios de alto preço e nas ruas lá em baixo, em residências e casas de culto e em vagões de metrô, a pergunta presente no espírito de muitos nova-iorquinos não é "se" outro ataque terrorista virá, mas "quando". Resta saber se as novas medidas de segurança vão durar. Algumas das opções mais caras talvez sejam revogadas quando a ansiedade diminuir, dizem especialistas em segurança. Mas medidas de proteção consideradas mais necessárias, como esquemas especiais de segurança em aeroportos, podem tornar-se permanentes.

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