Novas pesquisas indicam possíveis tratamentos para o HIV

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Por AE
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Dois novos estudos podem indicar o caminho para a prevenção e o tratamento do HIV. As novas técnicas consistem em injetar em grande volume anticorpos capazes de combater o vírus, segundo pesquisas divulgadas hoje pela revista Nature.As duas pesquisas chegaram à conclusão de que a administração de anticorpos potentes em macacos rhesus infectados cronicamente com uma versão híbrida do HIV - SHIV - causou uma queda na quantidade de vírus em seus organismos a níveis baixos ou indetectáveis, que foram mantidos por semanas. Nenhuma das duas técnicas foi testada em humanos ainda.A primeira pesquisa, realizada por cientistas do Beth Israel Deaconess Medical Center, em Boston, mostrou um profundo efeito a partir de uma única injeção de anticorpos. Para o experimento, 18 animais foram infectados com o SHIV, sendo que em 13 os níveis sanguíneos tornaram-se indetectáveis por testes padrão com uma semana de tratamento. Com o fim dos anticorpos, o vírus voltou a se manifestar de um a três meses após o tratamento.Em três macacos - nos quais foram aplicados níveis mais baixos de SHIV - o vírus não voltou durante um período de até oito meses de observação. Dan Barouch, principal autor da pesquisa, disse que os animais não foram curados, mas seus sistemas imunológicos melhoraram o suficiente para manter o vírus sob controle. Os dois outros macacos receberam níveis mais altos de SHIV. O tratamento reduziu os níveis, mas o vírus ainda pôde ser detectado.O segundo estudo, conduzido por pesquisadores do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, do Instituto Nacional da Saúde, foi realizado em um pequeno grupo de macacos também utilizando anticorpos.Pessoas infectadas com o HIV naturalmente produzem anticorpos para combater o vírus causador da aids, mas eles são geralmente ineficazes. Os dois novos estudos usaram versões de anticorpos raros feitos em laboratório com potência incomum contra o HIV.Os resultados surpreendentes sugerem um possível novo tratamento para o HIV, que poderiam ter como alvo as células infectadas, bem como de vírus que estão se espalhando. Porém, a implementação deste tipo de terapia seria cara e logisticamente inviável, enquanto medicamentos anti-retrovirais são mais baratos. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.

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