Novo dia de protestos no Chile termina com mais de 500 detidos

Polícia militar reprimiu manifestações com gás lacrimogêneo e tanques no centro de Santiago.

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Por Marcia Carmo
Atualização:

Em mais um dia de fortes protestos de estudantes, 527 pessoas foram detidas nesta quinta-feira em Santiago, capital do Chile, e em outras cidades do país, segundo informou o subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla. Segundo ele, as manifestações foram registradas em 12 cidades chilenas. Até o fim da noite, 14 policiais estavam feridos e uma estudante hospitalizada após ter sido atropelada em meio aos distúrbios. A polícia militar reprimiu as manifestações com gás lacrimogêneo e tanques no centro da capital chilena. A jornada de protestos foi realizada três dias depois que o Ministério da Educação apresentou nova proposta para tentar atender às exigências dos estudantes, que completaram mais de dois meses de manifestações. O dia foi marcado primeiramente por protestos dos estudantes secundaristas, seguidos pelos universitários e, no fim da noite, por dezenas de moradores que saíram às ruas batendo panelas contra a repressão policial, segundo informou a rádio Cooperativa. De acordo com a mesma emissora, a polícia passou a reprimir também os "panelaços", registrados principalmente no centro de Santiago e em bairros de classe média alta, como Providencia. 'Dentro da lei' O subsecretário do Interior e porta-voz do palácio presidencial La Moneda, Andrés Chadwick, disseram que a polícia "atuou dentro da lei" e "para manter a ordem", principalmente na capital. A líder estudantil Camilla Vallejo disse à emissora de televisao TVN que a "repressão policial" mostrou que o "governo não entendeu a magnitude" do protesto dos estudantes, e que as manifestações fazem parte "da vida democrática". Vallejo disse que o projeto do governo não inclui o ensino gratuito nas universidades, uma das principias demandas dos estudantes. Recentemente, o presidente Sebastián Piñera anunciou, em rede nacional de televisão, um pacote de medidas para o setor. No entanto, os protestos tiveram continuidade nesta quinta-feira, incluindo uma greve de fome realizada por pelo menos 40 alunos e a ocupação de prédios, como escolas em mau estado de conservação e uma emissora de televisão, a Chilevisión. Nesta quinta-feira, uma pesquisa de opinião - a segunda publicada nesta semana - indicou que a popularidade de Piñera é de 26%, segundo o Centro de Estudos Públicos (CEP). Uma pesquisa anterior, divulgada na terça-feira, mostrava um alto índice de rejeição ao presidente. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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