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Novo diretor da CIA pede mudança na lei que proíbe escutas sem autorização

Os laços de Michael Hayden com o programa de vigilância sem garantias são motivos de preocupação para republicanos e democratas

Por Agencia Estado
Atualização:

O general nomeado para o cargo de diretor da CIA, Michael Hayden, sugeriu a um senador democrata a realização de mudanças na lei que permite o monitoramento telefônico em território americano. Para o presidente George W. Bush e outros membros do governo americano, no entanto, mudanças na legislação que dá poderes à Agência Nacional de Segurança (ANS) para espreitar a comunicação nos Estados Unidos e no exterior em caso de suspeita de terrorismo não são necessárias. O Ato Segurança de Inteligência Externa, de 1978, estabelece um sistema através do qual agências de segurança primeiro devem pedir aprovação de uma Corte Federal antes de monitorar os americanos. O programa de Bush margeou essa lei. Hayden, um general da Força Aérea de quatro estrelas e ex-diretor da ANS, disse que não pediu a mudança da lei de segurança ao Congresso, pois o debate poderia revelar as técnicas da inteligência americana. Mas a Casa Branca tem cedido gradualmente afirmando seu comprometimento para trabalhar com o Congresso em uma legislação que colocaria o monitoramento sob um estatuto. Contudo, o governo não aceitou as mudanças especificadas no Ato de Vigilância de Inteligência Externa. Apoio ao debate Segundo o senador democrata Richard Durbin, Hayden indicou que pode apoiar o debate no Congresso sobre a modificação da lei. O comentário foi feito depois de uma reunião de 35 minutos nesta quarta-feira sobre sua indicação à diretoria da CIA. Durbin citou Hayden: "Com toda a publicidade que circunda este programa, podemos estar mais perto da possibilidade de pedir uma mudança no AVSE". "Ele não disse que o faria", acrescentou Durbin. O porta-voz de Hayden na foi encontrado para comentar as afirmações do senador. Hayden está entrando em contato com legisladores para apoiar sua indicação à diretoria. O atual diretor, Porter Goss, anunciou sua saída na sexta-feira. Segundo fontes da inteligência americana, Goss tinha problemas com o diretor de Inteligência Nacional, John Negroponte, e com Hayden. O Diretor do Comitê de Inteligência do Senado, Pat Roberts, planeja abrir as audiências sobre a indicação de Hayden a partir do dia 18 de maio. Republicanos e Democratas expressaram sua preocupação sobre a possibilidade de um militar da Força Aérea comandar a CIA. Os laços de Hayden com o programa de vigilância sem garantias também são motivos de preocupação. Bush creditou a criação do programa a Hayden.

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