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Novo escândalo atinge Berlusconi, e crise italiana se agrava

Premiê teria aconselhado consultor procurado pela polícia a permanecer fora da Itália durante investigação

Atualização:

ROMA - O primeiro-ministro Silvio Berlusconi enfrenta nesta sexta-feira, 9, novas acusações relacionadas a um escândalo de prostituição, fato que resulta em mais uma distração política num momento em que a Itália luta para evitar uma crise financeira que pode destroçar a zona do euro.

 

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Berlusconi teria aconselhado Valter Lavitola, um obscuro consultor agora procurado pela polícia, a permanecer fora da Itália durante uma investigação sobre uma suposta tentativa de extorsão do premiê, na qual Lavitola supostamente esteve envolvido.

 

Niccolò Ghedini, advogado de Berlusconi, disse em nota que a acusação, baseada em um telefonema interceptado pela polícia e divulgada pela revista L'Espresso, é "absurda e infundada".

 

A notícia foi estampada nas capas dos principais jornais italianos nesta sexta-feira, e motivou a oposição a novamente pedir a renúncia de Berlusconi.

 

"Este telefonema é a cereja no bolo", disse Enrico Letta, dirigente do Partido Democrático, ao jornal La Repubblica. "O primeiro-ministro não está comandando o país, que na verdade não tem líder."

Juízes de Nápoles ordenaram a prisão de Lavitola, mas acredita-se que ele esteja fora da Itália.

 

Berlusconi deve ser interrogado na semana que vem no tribunal, como testemunha no caso.

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As novas acusações se somam ao caos que cerca os esforços do governo centro-direitista para controlar uma crise financeira que deixou a Itália na dependência do apoio do Banco Central Europeu para continuar financiando sua dívida pública de 1,9 trilhão de euros.

 

Após intensa pressão do BCE, o governo submeteu ao Parlamento um plano de austeridade no valor de 54 bilhões de euros, com a intenção de equilibrar o orçamento até 2013. Entre as medidas previstas estão um aumento no imposto sobre valor agregado (IVA), mudanças nas regras previdenciárias e cortes nos gastos governamentais.

 

O pacote causou profundas divergências entre as várias facções do governo e já foi alterado várias vezes nas últimas semanas, para desgosto dos parceiros europeus da Itália.

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