Novo governo da Líbia é recebido na ONU com promessas de ajuda

Países membros saudaram representantes do Conselho Nacional de Transição no órgão

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NOVA YORK - Os países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) deram nesta terça-feira, 20, as boas vindas aos novos representantes da Líbia na entidade internacional. Enviados do Conselho Nacional de Transição (CNT) assumiram seus postos no órgão depois de tomarem o controle do país africano, que há 42 anos era governado por Muamar Kadafi, ditador agora desaparecido.

 

 

A nova bandeira da Líbia tremulou na ONU pela primeira vez desde que Kadafi foi expulso de Trípoli, onde mantinha seu quartel-general. Líderes internacionais presentes numa conferência de alto nível do órgão sobre a crise líbia congratularam os rebeldes - e a si próprios - pela vitória sobre o coronel, ocorrida ao cabo de sete meses de guerra civil em que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) foi decisiva no apoio à insurgência.

 

Ao saudar os novos líderes líbios na comunidade internacional, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o Conselho de Segurança da ONU agiu para proteger o povo líbio da violência, e por isso autorizou bombardeios da Otan contra as forças de Kadafi. "Hoje, devemos novamente responder com tal velocidade e ação decisiva - desta vez para consolidar a paz e a democracia", afirmou Ban. A bandeira agora utilizada pela Líbia votla a ser aquela que representou o país entre 1951 e 1977, quando Kadafi introduziu a bandeira totalmente verde da sua Jamahiriya (república popular) islâmica. O governo rebelde, finalmente reconhecido na terça-feira pela União Africana, ainda tenta tomar cidades sob controle das tropas do ditador e ainda não iniciou a contagem regressiva para a redação de uma nova Constituição e a realização de eleições. O Conselho Nacional de Transição também enfrenta dúvidas sobre sua capacidade de unificar um país dividido em facções tribais, regionais e ideológicas.

Ajuda

Mustafa Abdul-Jalil, presidente do CNT, prometeu um espírito de tolerância e reconciliação e fez um apelo por assistência internacional para ajudar o seu país a emergir do conflito e construir a democracia. Entre os que já prometeram ajuda está o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que pediu que as últimas forças leais a Kadafi deponham as armas e anunciou o retorno do embaixador americano a Trípoli. "Hoje, o povo líbio está escrevendo um novo capítulo na vida da sua nação", disse Obama, anunciando que o embaixador dos EUA voltará a Trípoli. "Vamos ficar com vocês na sua luta para realizar a paz e a prosperidade que a liberdade pode trazer." "Os que ainda resistem devem entender - o velho regime acabou, e é hora de depor as armas e aderir à nova Líbia", disse Obama, quase um mês depois de Kadafi ser expulso de Trípoli. O presidente americano prometeu ainda que "enquanto o povo líbio estiver ameaçado, a missão comandada pela Otan para protegê-lo irá continuar."

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