JERUSALÉM - O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, deverá presidir um governo de transição que ficará constituído em dez dias, manifestou nesta quarta-feira, 11, Nabil Shaath, um dos dirigentes do movimento nacionalista Fatah.
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O Governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP) será formado por tecnocratas, independentes e pessoas alheias a Hamas ou Fatah, indicou Shaath em uma entrevista à agência local "Ma'an".
Shaath destacou ainda que prosseguem as negociações entre Fatah e o movimento islamita Hamas com vistas à aplicação do acordo de reconciliação assinado na semana passada no Cairo.
Pelo acordo, que poria fim a quatro anos de enfrentamentos entre os dois partidos, deverá ser formado um governo de transição cujo principal objetivo será preparar as eleições gerais em um ano.
A identidade do novo primeiro-ministro ainda não foi anunciada, mas Shaath assegura que o nome de Fayyad, político independente altamente reconhecido pela comunidade internacional, figura entre os candidatos. O nome tem a simpatia de outros dirigentes do Fatah, mas não a de integrantes do Hamas.
Em entrevista à Agência Efe, o multimilionário Munib Al-Masri, mediador do acordo de reconciliação, também apoia a continuação de Fayyad à frente do Governo "para garantir a continuidade", embora destaque que "neste mundo ninguém é imprescindível".
"Há dezenas, centenas, de candidatos que podem fazer o trabalho. Somos uma fábrica de líderes bons e responsáveis", acrescentou.
Nos últimos dois anos, Fayyad dirigiu o programa "Terminar com a ocupação, criar um Estado", destinado a criar as instituições de governo necessárias para solicitar em setembro que as Nações Unidas reconheçam o Estado palestino.