
16 de dezembro de 2013 | 23h04
SANTIAGO - Chanceler de Michelle Bachelet entre 2009 e 2010, o democrata-cristão Mariano Fernández é um dos nomes mais cotados chefiar o Ministério das Relações Exteriores do Chile no próximo governo. Ele disse ao Estado que um dos maiores desafios da política exterior do Chile será colaborar com a retirada da missão da ONU no Haiti - que ele chefiou entre junho de 2011 e fevereiro de 2013. Fernández afirmou ainda que a reaproximação com o Brasil deverá ser prioridade.
Em relação ao Brasil, como deverá ser a política externa do próximo governo chileno?
A vontade da presidente Bachelet é recuperar a relação dinâmica com o Brasil - porque isso esfriou. O governo de (Sebastián) Piñera não teve com o Brasil a relação que interessa ao Chile. E isso será a prioridade da política externa. Creio que, de fato, a presidente Bachelet já enviou emissários para falar com o governo brasileiro para recuperar terreno. Isso vai ser importante. É bom para a integração regional e para as relações bilaterais.
O que a entrada do Chile como membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU representa?
O grande desafio de política exterior diz respeito à responsabilidade do país sobre o Haiti, com a retirada da missão de paz da ONU.
O litígio na Corte Internacional de Justiça (CIJ) do Peru contra o Chile não representa um problema maior?
Não. Se o paralelo (que divide as águas territoriais entre os países) for mantido, será um grande triunfo para os chilenos. E, em qualquer caso, vamos poder encerrar os problemas de fronteira com o Peru e avançar na integração.
Um veredicto favorável ao Peru abriria precedente para a demanda da Bolívia na CIJ?
Esse tema é muito diferente. A Bolívia pede uma saída para o mar. Eu, que tratei por muito tempo desse tema, disse sempre aos bolivianos: há disposição chilena para se chegar a um acordo. Mas ninguém faz pactos negativos para um e positivos para outro. O que a Bolívia fez, indo a Haia, foi um erro, que atrasará as coisas.
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