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Novo líder recebe controle direto de arsenal nuclear

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O vestido de Michelle, o cardápio country do jantar de gala, o juramento nas escadarias do Capitólio - o lado fulgurante da festa do novo presidente tem um contraponto sombrio: a hora da transferência dos protocolos de acesso ao arsenal nuclear americano. É um ritual solene. Dele participarão apenas George W. Bush, Barack Obama, o secretário de Defesa, Robert Gates, o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior Conjunto, e um oficial anônimo, o portador do computador que permite ao presidente americano mobilizar 5 mil armas atômicas mantidas prontas para uso imediato em vários pontos do mundo. Na reunião de hoje à tarde, o presidente Bush apresentará a Obama um quadro de situação, indicando a posição da frota de 14 submarinos do tipo Ohio, armados com 24 mísseis cada um. É o mais importante sistema de ataque estratégico dos EUA. O mapa indicará a situação dos 500 mísseis intercontinentais Minuteman e dos cerca de 100 aviões capazes de realizar o bombardeio nuclear de longo alcance - entre eles, os misteriosos Spirit, invisíveis ao radar. Depois da preleção formal e da confirmação de que o novo presidente compreendeu o processo, Obama receberá seu próprio código, do qual Bush já não terá conhecimento. E, ao menos pelos próximos 1.460 dias, estará, dia e noite, a não mais de 30 metros do gatilho que pode destruir o planeta.

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