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Novo plano americano prevê a permanência no Iraque até 2009

Documento diz que objetivo é garantir segurança em Bagdá até 2008 e, no ano seguinte, no restante do país

Por Michael R. Gordon e Bagdá
Atualização:

O comando americano em Bagdá preparou um detalhado plano prevendo a permanência dos EUA no país nos próximos dois anos. Segundo funcionários americanos, o documento - conhecido como Plano de Campanha Conjunta - é um desdobramento da nova estratégia que o presidente George W. Bush inaugurou em janeiro, quando decidiu enviar mais cinco brigadas de combate e outras unidades ao Iraque. A iniciativa marcou uma mudança em relação à estratégia anterior, que se concentrava em transferir aos iraquianos a responsabilidade pela segurança. O plano - elaborado pelo comandante americano no Iraque, general David Petraeus, e pelo embaixador Ryan Crocker - tem duas fases. O objetivo no ''''curto prazo'''' é alcançar a ''''segurança localizada'''' em Bagdá e em outras áreas até junho de 2008. O documento propõe o incentivo a acordos políticos no âmbito local, inclusive com ex-insurgentes, e pressões para que os líderes iraquianos avancem em seu programa de reconciliação nacional. O objetivo ''''intermediário'''' é somar esses acordos locais para criar um senso de segurança mais amplo, em âmbito nacional, até junho de 2009. O novo plano não faz referências explícitas à quantidade de tropas ou a cronogramas de retirada. Ele prevê uma redução das forças americanas depois que o período de ''''reforço'''' terminar, no fim deste ano ou no início de 2008. No entanto, o plano supõe a continuação do envolvimento dos EUA no treinamento de soldados, em parcerias com as forças iraquianas e no combate a grupos terroristas. Espera-se que o documento seja apresentado formalmente a funcionários no Iraque nesta semana. Bush e a Al-Qaeda O presidente americano afirmou ontem que a Al-Qaeda no Iraque tem vínculos muito fortes com o núcleo da rede terrorista liderada por Osama bin Laden. Em discurso na base aérea de Charleston, na Carolina do Sul, Bush disse que a retirada dos soldados americanos do Iraque antes de derrotar o braço iraquiano da Al-Qaeda seria ''''perigoso para o mundo e desastroso para a América'''', num sinal de que os EUA não devem deixar o país tão cedo.

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