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Novo plano de defesa dos EUA restringe uso de armas nucleares

Obama anunciará estratégia que prevê redução de circunstâncias em que país responderia com ataque nuclear.

Por BBC Brasil
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deve anunciar nesta terça-feira uma nova estratégia de Defesa que reduz as circunstâncias em que o país faria uso de armas nucleares. Segundo o plano, os Estados Unidos descartariam uma resposta nuclear a ataques contra o país envolvendo armas biológicas, químicas ou convencionais. Os EUA também não usariam armas nucleares em ataques contra países que não mantêm um arsenal nuclear ou que cumprem o tratado de não-proliferação de armas nucleares. Obama, no entanto, disse que abriria exceções para países que estariam violando este tratado, citando o Irã e a Coreia do Norte. Antes do lançamento da nova estratégia, o presidente americano disse ao jornal The New York Times que está convencido de que o Irã segue uma via que "daria ao país capacidades nucleares". Na semana passada, Obama disse contar com a aplicação de novas sanções contra o Irã "em semanas", por causa de seu programa nuclear. Teerã insiste que seu programa tem fins pacíficos, mas a falta de cooperação com as autoridades internacionais aumentou temores de que os Estados Unidos ou Israel poderiam atacar suas instalações nucleares. Pacto de redução Segundo o New York Times, Obama descreveu sua política como "parte de um esforço mais amplo" para tentar tornar as armas atômicas obsoletas e "criar incentivos para que países desistam de suas ambições nucleares". O plano de Revisão da Postura Nuclear (em tradução livre) será apresentado pouco antes da assinatura de um novo pacto pela redução de armas nucleares a ser assinado por Obama e pelo presidente russo, Dmitry Medvedev, nesta quinta-feira em Praga. Segundo o acordo fechado no mês passado, Estados Unidos e Rússia se comprometem a diminuir substancialmente seu arsenal nuclear. O pacto substitui o Tratado Estratégico de Redução de Armas (Start, na sigla em inglês), cuja validade expirou em dezembro passado. Segundo o novo tratado, a Rússia e os Estados Unidos se comprometem a reduzir seu número de ogivas nucleares para 1.150, cerca de 30% menos do que é hoje permitido, informou o governo americano. A Federação de Cientistas Americanos estima que os EUA tenham cerca de 2.200 ogivas e a Rússia 2.800. Obama afirmou que este é o mais amplo tratado de controle de armas assinado em quase duas décadas. Na próxima semana, o presidente americano receberá dezenas de líderes mundiais para uma cúpula sobre a não-proliferação de armas nucleares em Washington. O presidente americano disse que seu objetivo é um mundo sem armas nucleares e prometeu reduzir o arsenal americano. Na segunda-feira, um comunicado da Casa Branca afirmou que a nova política nuclear oferece "uma alternativa ao desenvolvimento de novas armas nucleares, que nós rejeitamos". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.