Novo polo de tensão no Oriente Médio, agora entre Israel e Líbano

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Por Agencia Estado
Atualização:

Mais uma frente de batalha ameaça ser aberta entre Israel e os países árabes, o que já está mobilizando tanto a ONU como os Estados Unidos. Segundo fontes da ONU, nos últimos dois dias, as autoridades libanesas estão se queixando de que caças de Israel estão constantemente violando o espaço aéreo do Líbano, com o propósito de patrulhar o projeto de Beirute de controlar as águas do rio Hasbani. O rio Hasbani termina no mar de Genesaret, uma das principais reservas de água de Israel e responsável pelo abastecimento de 10% da população do país. O problema é que, segundo o projeto, Beirute também se utilizaria das mesmas fontes de água que os israelenses para abastecer sua população, o que obrigou o governo de Ariel Sharon a se declarar em oposição à iniciativa libanesa. Autoridades de Beirute já pediram a intervenção da ONU, mas os Estados Unidos se apressaram para tentar mediar o conflito. Washington enviou à região o especialista em recursos hídricos do Departamento de Estado Richard Lawson para debater de que forma o conflito pode ser solucionado de forma pacífica. Mas os libaneses avisaram, porém que se recusam a interromper o projeto, como pediu o enviado de Washington. O resultado foi uma troca de tiros nesta semana entre membros do Hezbolá contra os aviões israelenses que continuam invadindo a região. A criação de mais um foco de tensão é tudo o que a Casa Branca quer evitar neste momento no Oriente Médio. "Uma crise entre Israel e Líbano acabaria atrasando qualquer tipo de projeto da Casa Branca de atacar Bagdá", afirmou um especialista da ONU, em Genebra. A mídia israelense tem publicado relatos de autoridades de Tel-Aviv que indicam que o projeto libanês teria sido fomentado pelos sírios, como forma de atrapalhar os planos dos Estados Unidos para atacar o Iraque. Já os libaneses argumentam à ONU de que Israel está usando a justificativa da guerra pela água como forma de atacar o Hezbolá, no sul do Líbano.

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