HAVANA - O recém-empossado presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, estreou neste sábado, 21, sua atividade internacional, ao receber o colega venezuelano, Nicolás Maduro, para ratificar sua "aliança estratégica bilateral".
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"Com a presença de Maduro em Havana ratifica-se a aliança estratégica bilateral", noticiou a emissora de TV estatal, ao reportar o recebimento do mais próximo aliado de Cuba no Palácio da Revolução.
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O relatório televisivo enfatizou que os dois presidentes "saudaram suas respectivas delegações que, pela primeira vez, têm em sua composição as primeiras-damas da Venezuela, Cilia Flores, e de Cuba, Liz Cuesta". Isto é incomum em Cuba, pois nem Fidel, nem seu irmão, Raúl Castro, que governaram o país por quase seis décadas, apareciam em público com suas mulheres.
Vilma Espín (1930-2007), mulher de Raúl Castro, morreu antes de ele ocupar a presidência, em 2008, mas sua presença pública se justificava por seus méritos históricos e altos cargos no governo cubano desde 1959.
Depois de depositar uma oferenda em frente à estátua do herói nacional cubano José Martí, Maduro foi recebido oficialmente por Díaz-Canel, que tomou posse na quinta-feira.
Na América Latina e no Caribe é preciso "assentar bases profundas, indestrutíveis, da união política, espiritual, moral e, sobretudo, econômica, que é a que vai cimentar a verdadeira libertação", disse Maduro à imprensa.
A Venezuela é o principal aliado político de Cuba e seu segundo parceiro comercial, depois da China. Caracas fornece a Havana petróleo em condições favoráveis em troca de serviços médicos.
"A independência e a libertação do século 21 repousa na possibilidade de que nós construamos uma união poderosa no (campo) econômico, e vamos mirar nisso com o companheiro presidente Miguel Díaz-Canel", disse o líder chavista.
Durante sua estada, que termina ainda neste sábado, Maduro deve se reunir com o ex-presidente Raúl Castro, primeiro secretário do Partido Comunista. Após a visita do presidente venezuelano, está prevista para segunda-feira a do líder boliviano, Evo Morales, segundo a chancelaria cubana. / AFP