QUITO - Em mais um sinal de divergência com seu antecessor e padrinho político, Rafael Correa, o presidente do Equador, Lenín Moreno, disse na noite de segunda-feira estar preocupado com a quantidade de presos políticos na Venezuela, apesar de ressaltar que seu país não se envolve nas questões internas de outros países.
Nos dez anos de governo de Correa, que deixou o cargo em maio, o país foi o principal aliado de Caracas na Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), criada pelo presidente Hugo Chávez. Um balanço divulgado na sexta-feira pela ONG Foro Penal Venezuelano, ligada à oposição ao chavismo, contabilizou 676 presos políticos após o início dos protestos, que já deixaram 125 mortos desde abril.
Moreno disse ainda que o melhor mecanismo para solucionar problemas de um país é a democracia direta – o chavismo adia as eleições previstas em seu calendário desde a derrota para a oposição nas legislativas de 2015 e organizou uma votação para Assembleia Constituinte cujas regras lhe favoreciam. O governo venezuelano não comentou as declarações.
Visita. Ao receber o vice-presidente americano, Mike Pence, em Buenos Aires, o presidente argentino, Mauricio Macri, disse que seu país e os EUA concordaram em manter a pressão sobre o governo venezuelano pela realização de eleições e contra as prisões políticas. / AFP e EFE