PUBLICIDADE

Novo réu recusa-se a responder perguntas em Madri

Suspeito por atentado disse ao painel de três juízes que responderia somente às questões de seu advogado de defesa, o que é permitido pela lei espanhola

Por Agencia Estado
Atualização:

Um marroquino suspeito de ser o homem mascarado que, em um vídeo, assumiu a responsabilidade pelos ataques de 11 de março de 2004 contra os trens de Madri em nome de um grupo extremista islâmico recusou-se a responder às perguntas feitas pela promotoria nesta sexta-feira, segundo dia do julgamento dos 29 acusados de participação no pior atentado promovido por muçulmanos radicais dentro da Europa. Os promotores alegam que Youssef Belhadj é o homem no vídeo feito perto de uma mesquita de Madri dois dias depois dos ataques que mataram 191 pessoas e feriram mais de 1.800 quase três anos atrás. O homem no vídeo alega que o ataque foi uma revanche pelo envio de soldados espanhóis ao Iraque e ao Afeganistão. Belhadj, de 30 anos, disse ao painel de três juízes que responderia somente às questões de seu advogado de defesa, o que é permitido pela lei espanhola. Clima do julgamento O julgamento dos suspeitos de planejar e executar os atentados que deixaram 191 mortos em março de 2004 em Madri começou em clima de tensão nesta quinta-feira, com o principal acusado pelo ataque também se recusando em prestar depoimento como testemunha. Considerado o "ideólogo" dos atentados, Rabei Osman El Sayed, conhecido como "Mohammed, o Egípcio", voltou atrás instantes depois e aceitou responder as perguntas de seu advogado, o espanhol Endika Zulueta. O julgamento que determinará o destino dos 29 acusados pela matança de 11 de março de 2004 começou com o chamado do presidente do tribunal, Javier Gómez Bermúdez, que convocou Rabei Osman El Sayed a se pronunciar. O Egípcio está sendo processado como suposto mandante do crime. "Não reconheço nenhuma acusação, nenhuma denúncia e, com todo respeito aos senhores presidente e los magistrados, não irei responder a nenhuma pergunta, nem sequer às de meu próprio advogado", disse ele após a primeira intervenção do juiz. O acusado tentou explicar as razões do motivo de sua recusa em falar, mas o presidente do tribunal o impediu, recordando que como testemunha ele tinha o direito de se manter em silêncio e de não se confessar culpado. O Egípcio vinha sendo investigado na Itália pelo suposto recrutamento de guerreiros islâmicos para a guerra do Iraque, mas foi preso após o surgimento da suspeita de que ele pretendia abandonar o país e preparava novos ataques na europa. Em maio de 2004, a promotoria de Milão havia comunicado à Justiça espanhola que em duas conversas telefônicas interceptadas pela polícia italiana o Egípcio havia se identificado como o autor intelectual dos ataques de Madri. A Itália entregou Sayed temporariamente à Espanha para que o julgamento pudesse ser realizado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.