Novo tremor atinge a Indonésia; mortos passam de 500

Governo confirma que 529 pessoas morreram e milhares permanecem sob os escombros após terremoto

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Por Redação
Atualização:

Um novo tremor atingiu a Indonésia nesta quinta-feira, 1, enquanto equipes de resgate trabalhavam para retirar pessoas dos escombros por conta do terremoto de 7,6 graus na escala Richter no oeste da ilha de Sumatra. O governo confirma que pelo menos 529 morreram e milhares estão soterrados.

 

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O novo tremor foi de 6,8 graus na escala Richter e aconteceu às 8h52 (22h52 de quarta-feira no horário de Brasília), mas a cerca de 200 quilômetros do epicentro do terremoto da véspera. O terremoto de quarta-feira foi sentido às 17h16 (7h16 em Brasília) e teve origem a 85 quilômetros de profundidade, próximo da cidade de Padang, na costa leste de Sumatra, segundo o Instituto Geológico dos EUA. Vários tremores secundários de mais de 6 graus de magnitude foram sentidos na sequencia e um terremoto de 7 graus, horas depois.

 

Cerca de 500 edifícios ruíram, incluindo um shopping center, uma universidade, escolas, pelo menos um hospital e o teto do terminal do aeroporto. Segundo relato de testemunhas, a pista usada para pousos e decolagens rachou. As autoridades indonésias temem que o terremoto possa ter sido tão destruidor quanto o que atingiu a região central da Ilha de Java, em 2006, deixando 6 mil mortos e destruindo 150 mil casas. "Há pessoas presas sob os escombros. Hotéis, escolas e casas foram derrubadas e a eletricidade está cortada", disse o vice-presidente indonésio, Jusuf Kalla.

 

O número de vítimas pode aumentar nos próximos dias, na medida que as equipes de resgate ganhem acesso a localidades mais remotas das ilhas indonésias. A chegada de socorro é lenta por causa da destruição completa e do bloqueio de inúmeras rodovias, além do acúmulo de escombros e dos incêndios simultâneos registrados em diversas regiões do país. A ministra da Saúde indonésia, Siti Fadillah Supari, disse que o número definitivo de vítimas fatais será de "milhares", devido à "magnitude dos danos".

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A maioria das mortes (376) ocorreu em Padang, capital da província de Sumatra Ocidental, com cerca de 900 mil habitantes e a cidade mais afetada, ao estar situada a cerca de 50 quilômetros do epicentro do sismo. As primeiras equipes de resgate já operam na área afetada para resgatar pessoas presas, recuperar cadáveres e entregar ajuda aos desabrigados, como 20 mil equipamentos de emergência com tendas de campanha, roupas, remédios e alimentos.

 

 

Em Padang e Pariaman, as localidades mais afetadas, milhares de pessoas passaram a noite fora diante do temor de réplicas, seguindo as instruções do governo. As duas cidades amanheceram em meio ao caos e aos escombros, com centenas de construções que desabaram. Os sobreviventes fazem fila durante horas para obter bens básicos, como comida e gasolina. As linhas de telefone e as comunicações pela internet de Padang voltaram a funcionar, mas continuam instáveis.

 

Apesar da instalação de 11 hospitais de campanha, os centros médicos estão saturados e não conseguem atender as vítimas que não param de chegar, devido à falta de eletricidade, remédios e meios.

 

Os tremores aconteceram na mesma falha geológica que provocou o tsunami de 2004, que matou 230 mil pessoas em 12 países. Alguns geólogos diziam que Padang é localizada em uma posição perigosa, e que a cidade poderia ser completamente destruída por um terremoto. A província de Sumatra Ocidental é uma zona predominantemente rural, com uma densa floresta. As praias da ilha são populares entre os surfistas.

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