Novos deslizamentos de terra nas províncias chinesas de Sichuan e Shaanxi, no oeste do país, deixaram ontem pelo menos 29 mortos e 24 desaparecidos. As vítimas somam-se às mais de 1.150 pessoas que morreram e às 588 que desapareceram nos últimos dias por causa de incidentes semelhantes na Província de Gansu, no noroeste chinês. A China vem sendo castigada há mais de uma semana por intensas chuvas, que causaram vários deslizamentos de terra em todo o país.Apesar das dificuldades de resgate, as autoridades ainda têm esperança de encontrar sobreviventes nas áreas afetadas. A agência oficial de notícias Nova China informou que os deslizamentos destruíram inúmeras casas, inundaram plantações e bloquearam estradas.O governo anunciou que está tentando tirar as pessoas que se encontram em áreas de risco e também enviou água, cobertores e comida para os desabrigados. As notícias para os próximos dias, porém, não são boas. De acordo com os serviços meteorológicos, o temporal deve continuar e ainda há risco de outros deslizamentos.Segundo especialistas, os deslizamentos são consequência do desenvolvimento econômico desenfreado, que fragilizou o meio ambiente e já não pode ser contido. Defensores do meio ambiente lançam regularmente advertências contra o desmatamento e a construção frenética de estradas e de represas hidrelétricas no país."A tragédia reflete os desafios e os riscos que o crescimento traz para regiões pobres", afirmou Li Yan, encarregado do Greenpeace China para os temas vinculados à energia e à mudança climática. "As autoridades locais estão sob pressão para eliminar a pobreza e desenvolver a economia, um processo durante o qual o meio ambiente se degrada." Autoridades chinesas, no entanto, asseguram que os recentes deslizamentos de terra são apenas uma catástrofe natural provocada por chuvas torrenciais.