Número de mortos em enfrentamentos na Tunísia chega a 74

Protestos contra governo já duram um mês; toque de recolher foi imposto

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Atualização:

Em novo dia de confrontos, manifestantes atacam delegacias. Foto: Hedi Ben Salem/AP 

 

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TÚNIS - Os enfrentamentos entre manifestantes e forças da ordem foram retomados na quarta-feira à noite e continuaram nesta quinta na capital da região da bacia de Gafsa e, segundo a Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH), pelo menos 74 pessoas já morreram nos confrontos.

 

A FIDH identificou 66 corpos, mas há ainda oito cadáveres que chegaram aos hospitais e ainda não foram identificados, afirmou à Agência Efe Souhayr Belhassen, a presidente da organização.

 

Uma coluna de fumaça pôde ser vista a vários quilômetros da cidade, disseram à Efe fontes sindicais.

 

Segundo as mesmas fontes, apesar do toque de recolher decretado nessa região, os manifestantes atacaram três delegacias de Polícia, queimaram um grande supermercado e atacaram o escritório dos correios no centro da cidade.

 

A bacia de Gafsa viveu uma onda de revoltas sociais em 2008, que duraram seis meses.

 

Na cidade de Kaserín, que também viveu uma revolta social em meados de dezembro, as manifestações e os enfrentamentos com as forças de segurança também recomeçaram.

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Na capital tunisiana, fontes sindicais disseram à Efe que um jovem de 25 anos morreu na noite desta quarta-feira por tiros da Polícia pouco antes do início do toque de recolher em um bairro pobre dos arredores da cidade.

 

Centenas de jovens desafiaram o toque de recolher na capital na noite desta quarta-feira e protestaram por alguns bairros do norte da cidade e em vários distritos operários nos arredores.

 

A presença militar na capital tunisiana continuava na manhã desta quinta-feira em torno da sede da televisão estatal, rodeada por soldados armados e um caminhão do Exército.

 

Em outras partes do centro, as unidades militares foram substituídas por efetivos policiais e blindados das forças antidistúrbios que garantiram a segurança de organismos oficiais.

 

O edifício do Ministério do Interior permaneceu por pequenos tanques das forças de segurança.

 

No centro da cidade, as pessoas foram retomando sua rotina aos poucos após o final do toque de recolher, embora alguns cafés e restaurantes permaneçam fechados e policiais continuem sendo vistos pelas ruas.

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