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Número de mortos em ofensiva israelense em Gaza chega a 1.030

Palestinos aproveitam cessar-fogo de 12 horas para estocar comida, revirar escombros e encontram mais 130 corpos

Por Reuters , AFP e AP
Atualização:

Milhares de moradores de Gaza aproveitaram a trégua de 12 horas, neste sábado, 26, para estocar comida e revirar os escombros deixados pelos bombardeios de Israel. Segundo fontes médicas, 130 corpos foram encontrados em meio aos destroços, o que fez subir para 1.030 o número de palestinos mortos pela ofensiva israelense – 6 mil pessoas ficaram feridas em 19 dias de combates. Os refugiados, segundo a ONU, passam de 160 mil.

Família palestina vai a mercado durante cessar-fogo de 12 horas entre Israel e Hamas Foto: AP Photo/Adel Hana

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Hoje, o Exército de Israel confirmou a morte de outros três soldados antes do cessar-fogo, aumentando para 40 o número de militares israelenses mortos no conflito – além deles, três civis, incluindo um operário tailandês, morreram vítimas de foguetes disparados da Faixa de Gaza. De acordo com o comando do Exército, 138 soldados ficaram feridos e estão espalhados em hospitais de Israel – três estão em estado crítico. 

O número de baixas entre os militares israelenses deixa o conflito cada vez mais com cara de uma guerra aberta. Em 2009, a operação Chumbo Fundido durou 23 dias e terminou com 13 israelenses mortos, enquanto a operação Pilar de Defesa, de 2012, durou oito dias e deixou apenas 2 soldados israelenses mortos. A guerra contra o Hezbollah, em 2006, sua maior ação militar no Líbano desde a invasão de 1982, matou 121 israelenses.

Com o cessar-fogo deste sábado, milhares de palestinos puderam voltar para ver os estragos dos bombardeios em Gaza. Muitos escalaram montanhas de escombros de concreto, tentando recuperar algum objeto perdido. 

Pela primeira vez em 19 dias, equipes de resgate tiveram acesso a determinadas zonas da cidade e encontraram um cenário desolador: casas em ruínas, corpos enegrecidos em decomposição e poças de sangue com marcas de tanques israelenses. Após 12 horas de trégua, 130 cadáveres foram retirados da destruição. Em Beit Hanoun, jornalistas encontraram o corpo de um socorrista da Cruz Vermelha em um hospital atacado por Israel.

Em Paris, os chanceleres de França, Alemanha, Itália, Catar, Turquia, Grã-Bretanha e o secretário de EUA, John Kerry, pediram a extensão do cessar-fogo na Faixa de Gaza. “Estamos esperançosos de que isso pode ocorrer”, disse Kerry.

Uma fonte do governo israelense, que pediu para não ser identificada, afirmou que o primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu estaria disposto a estender a trégua com o Hamas. “Nossa guerra não é contra a população”, disse o funcionário à agência 'Reuters'. 

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No início da tarde, o governo israelense confirmou que prolongaria o cessar-fogo por mais quatro horas, mas não deu detalhes sobre quais serão seus próximos passos após o prazo – a trégua de 12 horas terminaria às 16 horas de sábado (horário de Brasília). Com a extensão, iria até 20 horas.

Milhares de pessoas, em várias cidades do mundo, protestaram contra a ofensiva israelense. Em Londres, milhares marcharam da embaixada de Israel até a sede do Parlamento. Em Paris, a multidão se concentrou na Place de la République, mesmo após a manifestação ter sido proibida por autoridades locais. Na sexta-feira, cerca de 3 mil manifestantes ocuparam Times Square, em Nova York, para protestar contra a operação militar israelense 

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