Número de mortos sobe para 2.459 na Indonésia

O número total de vítimas pode demorar várias horas ou dias para ser divulgado. Continua a busca de corpos enterrados entre os escombros

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Um terremoto de 6,2 graus na escala Richter provocou hoje a morte de pelo menos 2.459 pessoas e feriu milhares na ilha de Java, a mais povoada do arquipélago da Indonésia, informaram fontes das equipes de resgate de Yogyakarta, a principal cidade da região atingida. O número total de vítimas pode demorar várias horas ou dias para ser divulgado. Continua a busca de corpos enterrados entre os escombros. O presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, ordenou às Forças Armadas que colaborem nas ações de evacuação e auxílio às vítimas. Ele pediu o envio imediato de barracas, água potável, comida e remédios aos refúgios de sobreviventes que foram instalados aos pés do vulcão Merapi. O Merapi, que fica a apenas 30 quilômetros de Yogyakarta e 400 quilômetros ao sudeste de Jacarta, ameaçou entrar em erupção neste mês. Alguns vulcanologistas apontaram a possível relação entre a atividade do vulcão e o terremoto de hoje. Os povoados mais afetados são Bantul, Yogyakarta, Sleman, Gununkidul e Kulonrogo. Um sobrevivente de Bantul contou ao jornal digital Detikcom que a localidade ficou totalmente destruída e não há casas de pé. Centro de Meteorologia e Geofísica prevê novos tremores O abalo sísmico ocorreu pouco depois do amanhecer, às 5h54 (19h54 de sexta-feira em Brasília), e durou 57 segundos. O epicentro estava a apenas 17 quilômetros de profundidade. Os dados foram fornecidos pelo Instituto Geológico dos Estados Unidos. Testemunhas disseram à imprensa local que as pessoas fugiam apavoradas à medida que as casas desabavam. O funcionário Fauzi, do Centro de Meteorologia e Geofísica, informou à Efe que houve pelo menos duas repetições dos tremores, uma de 5,2 graus e outra de 4,9 graus, e previu outras nos próximos dias. "Não existe risco de ´tsunami´ (onda gigante), portanto a população pode ficar tranqüila. Ainda assim, aconselhamos que busquem um lugar seguro para passar a noite, que ninguém durma dentro de casas que tenham ficado danificadas, porque podem desabar com um novo tremor", disse Fauzi. As imagens da televisão indonésia mostram casas em ruínas, muros destruídos ou com grandes fendas, além de carros tombados. O terremoto chegou a ser sentido até na cidade de Semarang, no litoral norte de Java. O aeroporto de Yogyakarta está fechado devido aos estragos e as linhas telefônicas continuam saturadas. A imprensa local informou sobre um êxodo da população de Yogyakarta. Tsunami, em dezembro de 2004, atingiu a Indonésia Embora toda a Indonésia seja uma região de grande atividade sísmica por estar localizada no chamado Anel de Fogo do Pacífico, esta área, em particular, não costuma registrar terremotos como o de hoje. A situação ultrapassou todos os temores dos moradores e autoridades. "Continuam chegando pacientes. Agora já temos mais de mil", disse à Efe Sri Endarini, diretor do Hospital Geral Sardjito, o maior de Yogyakarta. Ele explicou que corredores e salas de espera foram adaptados para atender todas as vítimas. A situação se repete em mais de dez centros médicos e ambulatórios da cidade. A Indonésia, o quarto Estado mais povoado do mundo e com a maior comunidade muçulmana, sofreu grandes desastres naturais. Em 26 de dezembro de 2004, um maremoto de 9 graus na escala Richter no norte da ilha de Sumatra gerou um tsunami que assolou vários países banhados pelo Índico e matou 226.408 pessoas, de acordo com a ONU. Cerca de dois terços das vítimas mortais do desastre estavam na Indonésia. Em março do ano passado, outro maremoto, de 8,7 graus de magnitude, sacudiu a ilha de Nias, em Sumatra, e matou outras 1.300 pessoas. Apesar de a Indonésia ainda não ter emitido pedido de ajuda, o Reino Unido, a França e a Comunidade Européia já ofereceram auxílio financeiro e para o resgate das vítimas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.