PARIS - O ministro de Transição Ecológica da França, Nicolas Hulot, considerado o "número três" do governo Emmanuel Macron, renunciou ao cargo nesta terça-feira, 28, sem avisar o presidente francês. A decisão foi dita durante uma entrevista à rádio local France Inter.
"Tomo a decisão de deixar o governo", declarou Hulot, que afirmou se sentir "isolado" em assuntos ambientais no executivo francês. "Vou tomar a decisão mais difícil da minha vida, não quero mentir para mim mesmo, não quero dar a ilusão que minha presença no governo significa que estamos à altura do desafio."
A saída de Hulot é um duro golpe à administração Macron, que tratava o ex-apresentador de televisão como um de seus principais "trunfos". Segundo Hulot, ele decidiu renunciar na noite dessa segunda-feira, 27, mas não havia informado oficialmente o presidente francês nem o primeiro-ministro, Édouard Philippe.
"Eu sei que não é algo muito protocolar", disse o ex-ministro, completando que se tivesse comentado o assunto com o presidente ou seus auxiliares, eles tentariam "convencê-lo" a mudar de ideia. Apesar da renúncia inesperada, Hulot disse que sua saída não deveria ser usada para atacar o governo Macron, pelo qual "tem uma profunda admiração".
Logo após a entrevista, o porta-voz do governo, Benjamin Griveaux anunciou que o Eliseu "lamentava a saída" de Hulot e agradeceu o trabalho feito ex-ministro. Griveaux também criticou a "falta de cortesia" do ex-ministro em não informar o governo sobre sua renúncia com antecedência. //AFP, EFE