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NYT acusa governo Bush de minar esforços pela paz

Por Agencia Estado
Atualização:

Na véspera do decisivo informe ao Conselho de Segurança (CS) da ONU sobre as inspeções de armas no Iraque, com a ameaça franco-russa de vetar o projeto de resolução para atacar os iraquianos, o jornal New York Times disse que "era óbvia a intenção da Casa Branca de ir à guerra minando" os esforços de paz. O CS ouvirá, na sexta-feira, a apresentação do informe feito pelo inspetor-chefe da ONU para o desarmamento, Hans Blix, e seu colega da área nuclear, Mohamed el-Baradei, após uma intensificação da cooperação por parte do Iraque, que culminou na destruição de mísseis proibidos e o fornecimento de documentos e informações aos especialistas sobre armas químicas e biológicas. Um editorial do Times disse que "embora (o presidente iraquiano) Saddam Hussein esteja longe do desarmamento total, deu provas, nos últimos meses, de permitir o retorno dos inspetores de armas após quatro anos de ausência". "Mais recentemente - acrescentou o diário -, começou a destruir mísseis ilegais, e, com mais tempo e uma escalada de pressões, Hussein pode se enquadrar". Diante dessa demonstração, não surpreende que franceses e russos "se oponham a uma resolução que os EUA certamente utilizarão como permissão para lançarem um ataque imediato", prosseguiu o jornal. E afirmou que, com a perda da unidade entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, "os falcões de Washington" pressionarão para evitar novas discussões nesse organismo e irão ?diretamente ao combate". "O vice-presidente Dick Cheney e o secretário de Defesa Donald Rumsfeld verão o impasse como uma comprovação de seus argumentos do verão (boreal) passado, segundo os quais trabalhar com a ONU só conduzirá a um adiamento adicional do desarmamento iraquiano", denunciou o diário nova-iorquino. O Times disse que vê de modo "diferente" a crise diplomática, e que franceses e russos não foram os únicos que a levaram a um impasse: "Bush e seus colaboradores lançaram as bases para este problema com a manipulação arrogante de outras nações e as atitudes desatentas em relação aos tratados internacionais".

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