O caudilho que dividiu um país

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Aos 58 anos, presente na vida política da Venezuela há pelo menos 20, o tenente-coronel da reserva Hugo Rafael Chávez Frias atrai o ódio e o amor da população na mesma medida. Seus partidários o veem como o líder que tirou milhões da miséria e reduziu a pobreza de 42% para 9,5%. Os detratores o descrevem como um caudilho populista que vergou ao limite as regras da democracia, eliminando a independência entre os poderes, manobrando programas sociais em troca de votos e perseguindo a imprensa. Chávez apareceu pela primeira vez no cenário político venezuelano ao tentar derrubar o então presidente Carlos Andrés Pérez em um golpe de Estado frustrado, em 1992. O militar foi preso e cumpriu pena por 2 anos. Em 1998, decidiu aderir ao processo democrático. Organizou uma campanha centrada no contato próximo da população mais pobre e foi eleito com 56% dos votos. Após assumir o poder, propôs alterar a Constituição em um referendo. Vitorioso, venceu nova eleição em 2000, com quase 60% dos votos. Em 2002, sofreu uma tentativa de golpe, mas ficou apenas dois dias fora do poder. Dois anos mais tarde, venceria um referendo sobre sua saída da presidência. Com sua reeleição em 2006 e a disparada do preço do petróleo no mercado internacional, aprofundou seu projeto de poder, batizado de socialismo do século 21. Nacionalizou empresas e ampliou os gastos sociais. Na época, a oposição decidiu boicotar as eleições parlamentares, dando controle total do Legislativo aos chavistas. Em 2007, consultou os venezuelanos sobre o fim da limitação para a reeleição e sofreu sua única derrota eleitoral, revertida depois num referendo. O maior abalo veio em 2011, quando descobriu que sofria de um câncer pélvico. Os detalhes da doença e do tratamento nunca foram divulgados. / LUIZ RAATZ

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