29 de agosto de 2010 | 00h00
Parte da explicação dessa "vitória" estaria na relação de Israel com os EUA. Após um primeiro encontro conturbado com o presidente Barack Obama, em março, Bibi recuou e passou a implicitamente aceitar a solução de dois Estados. Washington também decidiu amenizar o tom com Israel, depois de avaliar que a pressão sobre Bibi criava entre os palestinos falsas expectativas. Assim, Bibi conseguiu mudar a posição de Obama e, em julho, o premiê escutou do líder americano que a relação entre Tel-Aviv e Washington estava "excelente".
"Demorou um ano e meio para persuadir a comunidade internacional e os palestinos", afirmou o deputado Ophir Akunis, uma das vozes mais radicais do Likud, partido de Netanyahu. "Isso prova que, quando nos agarramos aos nossos princípios e não recuamos, é possível alcançar objetivos diplomáticos."
Israelenses agora perguntam se Netanyahu, considerado um falcão de direita dentro e fora do país, tem condições de entrar para a história como o premiê que fez a paz com os palestinos. Para o comentarista político Aluf Benn, "Bibi" pode se tornar o "Mikhail Gorbachev de Israel".
Ou seja, para conter o ameaçador isolamento de Israel e ampliar as garantias de Washington contra o regime iraniano, o (ex-?) falcão Netanyahu aceitaria um "mal menor": o Estado palestino.
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