WASHINGTON - A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos deve votar nesta sexta-feira o pacote econômico de US$ 1,9 trilhão do presidente Joe Biden para enfrentar o desafio econômico e sanitário da pandemia de Covid-19.
O abrangente plano inclui propostas diversas, como pagamentos de auxílio às famílias americanas, uma extensão do seguro-desemprego durante a pandemia, ajuda para governos estaduais e locais sem dinheiro, verba para vacinas e recursos para escolas.
O pacote econômico, o primeiro grande desafio de Biden no Legislativo, parte do entendimento de que os combates nas frentes sanitária e econômica precisam andar juntos. Algumas de suas cláusulas desde a sua apresentação em janeiro caíram, como a proposta de dobrar o salário mínimo para US$ 15 por hora.
Se for aprovado na Câmara, o projeto seguirá para o Senado, onde cada partido detém 50 assentos e o voto de minerva cabe à vice-presidente, Kamala Harris. Algumas cláusulas ainda podem ser inseridas no texto que for lá votado.
Pagamentos diretos: US$ 414 bilhões
O pacote, denominado "Plano de Resgate Americano", propõe uma nova rodada de pagamentos diretos aos americanos de US$ 1.400 por pessoa, deixando de fora, gradualmente, contribuintes individuais que ganham entre US$ 75 mil e US$ 100 mil anuais.
Ajuda aos estados e governos locais: US$ 350 bilhões
Um dos elementos mais polêmicos do pacote é fornecer financiamento para governos estaduais e locais sem dinheiro, de modo a ajudá-los a lidar com os custos adicionais para primeiros socorros, distribuição de vacinas e outras despesas, em um momento em que algumas de suas receitas estão caindo.
Cuidados infantis: US$ 175 bilhões
Um crédito tributário infantil ampliado custaria US$ 88 bilhões. Além destes, US$ 48,4 bilhões seriam alocados com creches e outros serviços humanos e programas de apoio a comunidades, e US$ 39 bilhões iriam para um programa de subsídio a creches.
Escolas: US$ 170 bilhões
O projeto ajuda a reabrir escolas de ensino fundamental e médio com segurança, algo que Biden considera prioritário para aumentar a força de trabalho disponível no país. A verba também atenderia outras necessidades educacionais e de classe relacionadas à pandemia. Os republicanos reclamaram que muito pouco do dinheiro proposto seria gasto neste ano.
Seguro-desemprego: US$ 163 bilhões
Pessoas desempregadas receberão uma nova rodada de pagamentos federais no valor de US$ 400 por semana até 29 de agosto. Se o pacote não for aprovado, boa parte dos benefícios irá vencer em março. Analistas entendem que a aprovação da cláusula pode permitir uma discussão sobre a expansão do benefício no pós-pandemia.
Saúde pública: US$ 92 bilhões
Aumenta o financiamento federal para adquirir e distribuir vacinas contra a Covid-19, assim como outros equipamentos médicos e para contratar novos profissionais de saúde pública e rastrear o vírus.
Ajuda a pequenas empresas: US$ 50 bilhões
O programa ajuda a expandir os benefícios do Programa de Proteção ao Pagamento, fornecer subsídios para restaurantes e bares que perderam receita durante a pandemia e fornecer outros subsídios e empréstimos.
Assistência ao aluguel: US$ 30 bilhões
O plano inclui fundos para famílias que precisam de ajuda para pagar aluguel e hipotecas e para fornecer ajuda aos sem-teto.
Ajuda alimentar: US$ 3,54 bilhões
O aumento dos benefícios do Programa de Assistência à Nutrição Suplementar será estendido até 30 de setembro.