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O traquejo político de Christine Lagarde

Além de ser a primeira mulher no cargo, ela não é economista, mas advogada e política

Por Helio Gurovitz
Atualização:

Indicada à presidência do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde chamou a atenção por ser a primeira mulher no cargo. Outra característica é mais relevante para entender a nomeação dela: não é economista, mas advogada e política. Nunca trabalhou em bancos centrais e terá de confiar na equipe para as decisões técnicas.

(FILES) In this file photo taken on June 13, 2019 International Monetary Fund (IMF) managing Director Christine Lagarde smiles during a press conference during an Eurogroup meeting at the EU headquarters in Luxembourg. - IMF chief Christine Lagarde may be the first woman to be nominated head of the European Central Bank to replace Mario Draghi. (Photo by JOHN THYS / AFP) Foto: John Thys / AFP

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“Depois do não economista Jerome Powell no Fed, é o fim da era do banqueiro central como supernerd”, diz o historiador econômico Adam Tooze. “A presidência do BCE, única instituição federal de fato na União Europeia, não é só o cargo mais poderoso na Europa, mas um posto político dos mais relevantes no mundo.”

Isso ficou claro na crise da dívida grega, em 2015, quando Lagarde defendeu que o FMI participasse do esforço para salvar o euro. Na ocasião, entrou em conflito com a alemã Angela Merkel e com o próprio mentor Nicolas Sarkozy, que a projetara como sua ministra das Finanças e a indicara para presidir o FMI. Lagarde também já foi investigada num escândalo envolvendo o empresário Bernard Tapie. Seu traquejo político será, segundo Tooze, essencial no BCE.

Meio ambiente

Planeta mais quente, economia mais fria

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Meio grau a mais na temperatura do planeta pode ter impacto econômico gigantesco, afirma um novo relatório da Moody’s Analytics. Se o aquecimento global for de 1,5ºC até o fim do século, a economia mundial sofrerá perdas de US$ 54 trilhões. Se for de 2ºC, de US$ 69 trilhões. Nas primeiras décadas, porém, o impacto é pequeno. Até a metade do século, pode ser positivo em alguns casos. “A análise não revela efeitos agudos que causem recessões”, diz o relatório. 

Estados Unidos

Charlottesville quer distância de Jefferson

Antes de virar manchete pela manifestação neonazista de 2017, Charlottesville, na Virgínia, era conhecida como cidade natal de Thomas Jefferson, autor da Declaração da Independência e terceiro presidente dos Estados Unidos. Lá fica a propriedade rural de Monticello, cuja sede foi projetada pelo próprio Jefferson. Também em Charlottesville, ele fundou a Universidade da Virginia. No início do mês, a Câmara de Vereadores da cidade cancelou o feriado em homenagem a Jefferson, celebrado todo 13 de abril, porque ele era proprietário de escravos.

Eleição

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O declínio do ‘Breitbart’ no governo Trump

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A eleição de Donald Trump projetou para o mundo o Breitbart, então sob o comando de seu chefe de campanha, Steve Bannon. Parecia que a influência do site cresceria com Trump na Casa Branca. Só que não. “Em retrospecto, aquele foi o ponto alto”, diz Paul Farhi, colunista de mídia do Washington Post. Desde então, o Breitbart sofreu boicote de anunciantes, perdeu seu maior doador (a bilionária Rebekah Mercer), foi abandonado por Bannon, viu evaporar 75% da audiência e despencou para sétimo na lista de veículos da direita, que antes liderava.

Internet

Site fake de Biden tem mais audiência que o real

Um site obscuro de contrainformação sobre o ex-vice-presidente Joe Biden, líder nas pesquisas entre os pré-candidatos democratas à presidência, conquistou audiência maior que o site oficial da campanha. O JoeBiden.info contém imagens de Biden pondo a mão em mulheres, citações comprometedoras sobre o transporte escolar obrigatório de crianças negras e o apoio à Guerra do Iraque. O autor é Patrick Mauldin, produtor de vídeo e conteúdo digital para a campanha de Trump.

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Teatro

História do Lehman Brothers nos palcos

Depois de uma temporada em Nova York, voltou a Londres, no National Theatre, a montagem do diretor Sam Mendes para The Lehman Trilogy, adaptação da peça do italiano Stefano Massini que narra a trajetória de 150 anos do banco Lehman Brothers, da fundação por três imigrantes judeus da Baviera ao colapso em 2008. Num cenário envidraçado, entre caixas e móveis de escritório, projeções de paisagens históricas dão pano de fundo à história do capitalismo americano. Mais de 70 personagens são vividos pelos 3 atores, que começam no papel dos irmãos Lehman. Em cartaz até 22 de setembro. 

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