
07 de julho de 2019 | 03h00
Indicada à presidência do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde chamou a atenção por ser a primeira mulher no cargo. Outra característica é mais relevante para entender a nomeação dela: não é economista, mas advogada e política. Nunca trabalhou em bancos centrais e terá de confiar na equipe para as decisões técnicas.
“Depois do não economista Jerome Powell no Fed, é o fim da era do banqueiro central como supernerd”, diz o historiador econômico Adam Tooze. “A presidência do BCE, única instituição federal de fato na União Europeia, não é só o cargo mais poderoso na Europa, mas um posto político dos mais relevantes no mundo.”
Isso ficou claro na crise da dívida grega, em 2015, quando Lagarde defendeu que o FMI participasse do esforço para salvar o euro. Na ocasião, entrou em conflito com a alemã Angela Merkel e com o próprio mentor Nicolas Sarkozy, que a projetara como sua ministra das Finanças e a indicara para presidir o FMI. Lagarde também já foi investigada num escândalo envolvendo o empresário Bernard Tapie. Seu traquejo político será, segundo Tooze, essencial no BCE.
Planeta mais quente, economia mais fria
Meio grau a mais na temperatura do planeta pode ter impacto econômico gigantesco, afirma um novo relatório da Moody’s Analytics. Se o aquecimento global for de 1,5ºC até o fim do século, a economia mundial sofrerá perdas de US$ 54 trilhões. Se for de 2ºC, de US$ 69 trilhões. Nas primeiras décadas, porém, o impacto é pequeno. Até a metade do século, pode ser positivo em alguns casos. “A análise não revela efeitos agudos que causem recessões”, diz o relatório.
Charlottesville quer distância de Jefferson
Antes de virar manchete pela manifestação neonazista de 2017, Charlottesville, na Virgínia, era conhecida como cidade natal de Thomas Jefferson, autor da Declaração da Independência e terceiro presidente dos Estados Unidos. Lá fica a propriedade rural de Monticello, cuja sede foi projetada pelo próprio Jefferson. Também em Charlottesville, ele fundou a Universidade da Virginia. No início do mês, a Câmara de Vereadores da cidade cancelou o feriado em homenagem a Jefferson, celebrado todo 13 de abril, porque ele era proprietário de escravos.
O declínio do ‘Breitbart’ no governo Trump
A eleição de Donald Trump projetou para o mundo o Breitbart, então sob o comando de seu chefe de campanha, Steve Bannon. Parecia que a influência do site cresceria com Trump na Casa Branca. Só que não. “Em retrospecto, aquele foi o ponto alto”, diz Paul Farhi, colunista de mídia do Washington Post. Desde então, o Breitbart sofreu boicote de anunciantes, perdeu seu maior doador (a bilionária Rebekah Mercer), foi abandonado por Bannon, viu evaporar 75% da audiência e despencou para sétimo na lista de veículos da direita, que antes liderava.
Site fake de Biden tem mais audiência que o real
Um site obscuro de contrainformação sobre o ex-vice-presidente Joe Biden, líder nas pesquisas entre os pré-candidatos democratas à presidência, conquistou audiência maior que o site oficial da campanha. O JoeBiden.info contém imagens de Biden pondo a mão em mulheres, citações comprometedoras sobre o transporte escolar obrigatório de crianças negras e o apoio à Guerra do Iraque. O autor é Patrick Mauldin, produtor de vídeo e conteúdo digital para a campanha de Trump.
História do Lehman Brothers nos palcos
Depois de uma temporada em Nova York, voltou a Londres, no National Theatre, a montagem do diretor Sam Mendes para The Lehman Trilogy, adaptação da peça do italiano Stefano Massini que narra a trajetória de 150 anos do banco Lehman Brothers, da fundação por três imigrantes judeus da Baviera ao colapso em 2008. Num cenário envidraçado, entre caixas e móveis de escritório, projeções de paisagens históricas dão pano de fundo à história do capitalismo americano. Mais de 70 personagens são vividos pelos 3 atores, que começam no papel dos irmãos Lehman. Em cartaz até 22 de setembro.
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