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Obama acredita em 'renúncia de Kadafi'

Presidente americano diz que ditador 'foi surpreendido' e que não resistirá à pressão internacional

Atualização:

WASHINGTON - O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta terça-feira, 29, acreditar que o ditador da Líbia, Muamar Kadafi, vai deixar o poder eventualmente, e não descartou a possibilidade de fornecer armamentos para os rebeldes do país africano que lutam para derrubar o coronel.

 

 

"O que nós fizemos foi surpreender Kadafi", disse Obama durante o programa de televisão Nightly News, da NBC. Segundo o presidente americano, "nossa expectativa é de que se continuarmos aplicando pressão - não apenas militarmente, mas também por outros meios. Kadafi vai renunciar no final", disse. O coronel, porém, não tem um cargo formal e se autointitula "líder da revolução da Líbia", não podendo "renunciar", como disse em um de seus discursos, embora possa deixar o poder.

 

 

Obama também comentou em outro programa de televisão - o Evening News, da

CBS

- que os partidários de Kadafi estão começando a perceber que "as opções são limitadas e que seus dias estão contados". Recentemente, autoridades americanas especularam que pessoas próximas ao ditador estariam "estudando as opções do coronel", o que ocorreu após o início da intervenção militar internacional autorizada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

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As entrevistas foram concedidas um dia depois de Obama ter defendido, durante um discurso na Universidade Nacional de Defesa, a participação dos EUA na incursão miltiar na Líbia. Obama afirmou que não podia ficar de braços cruzados enquanto Kadafi massacrava o povo líbio e considerou que a ação americana "impediu o avanço mortal" das tropas do ditador.

 

Mais cedo, também nesta terça, enviados de mais de 40 países e organizações se reuníram na Conferência Internacional de Londres sobre a situação na Líbia. Os representantes concordaram em criar um 'grupo de contato' para mediar a crise no país africano. Os diplomatas defenderam também a renúncia do ditador Muamar Kadafi. Participaram da reunião os EUA, países árabes, africanos, europeus, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a Liga Árabe, a União Africana, União Europeia, Otan e Organização da Conferência Islâmica.

 

A incursão autorizada pela ONU teve início no último dia 19, com o objetivo de defender os civis sob ataque de Kadafi e assegurar a manutenção de uma zona de exclusão aérea. A coalizão internacional promove ataques contra alvos militares do ditador e tem ajudado os rebeldes a avançar em direção a Trípoli, onde pretendem derrubar o regime.

 

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