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Obama anuncia reabertura de tribunais militares da era Bush

Comissões que julgam suspeitos de atos terroristas haviam sido suspensas por líder americano no início de seu mandato.

Por Bruno Accorsi
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta sexta-feira que vai reabrir os tribunais militares para suspeitos de atos terroristas que se encontram detidos na prisão da base naval americana de Guantánamo, em Cuba. As comissões militares para julgar acusados de praticar atos de terror contra alvos americanos foram estabelecidas pelo ex-presidente George W. Bush, em 2001, assim que os militares dos Estados Unidos começaram a prender suspeitos durante o conflito no Afeganistão. Mas eles foram criticados por organizações de direitos humanos e de direitos civis que alegavam que os julgamentos privavam os suspeitos de direitos básicos que eles teriam em um julgamento civil ou mesmo em uma corte marcial militar. Os julgamentos militares haviam sido suspensos pelo presidente americano logo que ele tomou posse, em janeiro deste ano, mas, na ocasião, ele não descartou a hipótese de retomá-los após um período de revisão, em que modificações pudessem ser introduzidas. Segundo revés Durante a campanha presidencial, Obama chegou a chamar os tribunais de ''um enorme fracasso''. Ao anunciar a decisão, o presidente dos Estados Unidos afirmou que a decisão se deu por esta ser ''a melhor maneira de proteger o nosso país e garantir nossos valores mais profundos''. O restabelecimento dos tribunais militares despertou críticas de pessoas ligadas à ala esquerda do Partido Democrata e ativistas de direitos civis. Foi o segundo revés sofrido por eles durante esta semana. Na quarta-feira, Obama também voltou atrás em sua decisão de divulgar fotos de métodos de interrogatório considerados extremos e praticados por forças americanas contra supostos terroristas. Mas o governo americano também introduziu mudanças em relação às comissões militares, como a de restringir o uso de boatos como evidência contra detidos, oferecer maior flexibilidade para que os suspeitos possam escolher os seus advogados e vetar provas obtidas através de tratamento considerado cruel ou desumano. Um total de 13 prisioneiros já estão sendo submetidos às comissões militares, entre eles cinco suspeitos de haver planejado os atentados de 11 de setembro de 2001, inclusive o militante Khalid Sheikh Mohammed, tido como o principal cérebro por trás dos ataques. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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