Obama apoia cadeira permanente para Índia no Conselho de Segurança

Presidente americano se oferece para mediar diálogos entre indianos e paquistaneses

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NOVA DÉLHI - O presidente dos EUA, Barack Obama, declarou-se nesta segunda-feira, 8, favorável a uma cadeira permanente para a Índia no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Falando ao Parlamento indiano, Obama afirmou estar ansioso por "um Conselho de Segurança reformado que inclua a Índia como um membro permanente".

 

 

Conseguir o apoio dos EUA para sua pretensão de integrar o Conselho era visto pela Índia como um ponto muito importante na agenda do país anfitrião durante a visita do presidente americano. Funcionários afirmaram, porém, que Obama apoia essa inclusão da Índia como membro permanente no principal órgão apenas no contexto de uma reforma mais ampla do Conselho, o que pode levar anos.

 

O Brasil também busca obter uma cadeira permanente no órgão. Atualmente, os membros permanentes, com poder de veto, são EUA, França, Rússia, China e Reino Unido. O órgão toma as mais importantes decisões sobre conflitos e diplomacia no mundo.

 

Obama também afirmou que estava disposto a desempenhar "qualquer papel" requisitado por Índia e Paquistão para fomentar a paz entre as duas nações vizinhas que possuem armas nucleares. Em seu terceiro e último dia de uma viagem à Índia, Obama disse que os dois países têm um interesse em reduzir as tensões na região, e que os EUA "não podem impor uma solução para esses problemas".

 

O líder norte-americano falou em entrevista à imprensa ao lado do primeiro-ministro indiano, Manmoham Singh. O Paquistão, um país de maioria muçulmana, e a Índia, de maioria hindu, já travaram guerras e mantêm fortes suspeitas entre si. Funcionários indianos acusam, por exemplo, o serviço de inteligência paquistanês de ajudar a orquestrar um ataque em Mumbai em 2008, que matou 166 pessoas.

 

A Caxemira tem sido o principal ponto de fricção entre as duas nações. A região é dividida entre Índia e Paquistão, e Islamabad pede uma intervenção internacional para resolver o impasse, o que os indianos rechaçam. Após os ataques de novembro de 2008 em Mumbai, a Índia cancelou o diálogo de paz com o Paquistão. Os dois países já retomaram um diálogo para "construir a confiança" envolvendo chanceleres e outros funcionários nos últimos meses.

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Após a entrevista à imprensa, o ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Mehmood Qureshi, reiterou que seu país quer dialogar com a Índia e está comprometido a eliminar o terrorismo e desmantelar qualquer rede extremista operando no país. As informações são da Associated Press.

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