Obama condena violência na Líbia e eleva tom contra Kadafi

Presidente americano envia Hillary Clinton para Genebra para discutir a situação no país africano

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WASHINGTON - O presidente dos EUA, Barack Obama, condenou o "inaceitável derramamento de sangue" que ocorre há dias na Líbia e afirmou que "todo o mundo" está assistindo ao que acontece no país e que a comunidade internacional deve "falar em uma só voz" contra a violência. Sem mencionar o coronel Muamar Kadafi, alvo dos protestos na nação africana, Obama elevou o tom contra o ditador e disse que sua equipe está preparando várias opções para lidar com a situação.

 

Este foi o primeiro discurso do presidente americano sobre as revoltas na Líbia. Obama estava sendo pressionado por manter-se calado após emergirem relatos de mercenários contratados pelo coronel Muamar Kadafi para disparar indiscriminadamente contra aqueles que pedem o fim de seu regime, que já dura 41 anos. Caças e helicópteros militares bombardearam os opositores em diversas cidades e o número de mortos é de ao menos 640, segundo a Federação Internacional pelos Direitos Humanos.

 

 

Segundo Obama, a ONU mandou uma mensagem clara ao deplorar os métodos de repressão de Kadafi contra os manifestentes, e o mesmo recado "foi enviado pela União Europeia, pela Liga Árabe, pela União Africana e por vários países". "É imperativo que as nações e os povos de todo o mundo falem em uma só voz", disse, acrescentando que "a Líbia é responsável pelo que está acontecendo".

 

Obama afirmou que os EUA estão preparando "um grande leque" de opções para lidar com a situação, e que entre essas possibilidades há ações que podem ser tomadas por Washington ou em conjunto com a comunidade internacional.

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O chefe de Estado americano ainda anunciou que a secretária de Estado, Hillary Clinton, viajará para Genebra próxima na segunda-feira para discutir a situação no país africano. O sub-secretário de Estado William Burns, por sua vez, viajará pelas principais capitais europeias para contatar líderes do continente. A prioridade dos EUA, disse o presidente, é retirar os americanos que estão na Líbia.

 

De acordo com Obama, Washington ainda acompanha a situação em países como a Tunísia e no Egito, onde as revoltas populares derrubaram ditaduras e inspiraram os levantes na líbia. "As mudanças que estão ocorrendo na região são um resultado do trabalho do povo. Essas mudanças não representam o trabalho dos EUA. É o povo procurando uma nova vida. Como um líbio disse 'queremos viver como seres humanos'", disse o presidente americano.

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