A três dias da eleição presidencial americana, Barack Obama discursou ao lado do candidato democrata Joe Biden em um comício drive-in neste sábado, 31, na cidade de Flint, em Michigan. Durante sua fala, o ex-presidente dos Estados Unidos afirmou que o pleito de terça-feira será "o mais importante" da vida dos cidadãos americanos.
"Na terça, tudo estará em jogo. Nossos empregos, nosso sistema de saúde, e a manutenção da pandemia sob controle também estará em jogo. Mas vocês podem eleger Joe Biden e Kamala Harris e escolher um Estados Unidos melhor", disse o ex-presidente.
Demonstrando bom humor, Obama incentivou os moradores da cidade a irem votar de forma antecipada e fez muitos elogios a Biden, que exerceu o cargo de vice-presidente durante sua gestão. Ao menos 90 milhões de americanos já votaram antecipadamente, o que representa 65% do total de eleitores de 2016, e indica um elevado nível de participação na disputa.
"Por oito anos, ele esteve comigo em todos os momentos que precisei fazer uma grande decisão. Ele me fez um presidente melhor. Ele tem as características e a empatia necessárias para fazer dos Estados Unidos um país melhor", disse Obama. "Joe Biden é meu irmão, eu amo Joe Biden e ele será um grande presidente".
Ao comentar sobre Donald Trump, Obama disse que esperava que o atual mandatário "levasse seu trabalho a sério pelo bem do país". O ex-presidente também critiou o candidato republicano pelos incessantes comícios com aglomerações, apesar das orientações de saúde contrárias.
“Ninguém foi à festa de aniversário dele quando ele era criança? Ele ficou traumatizado?", ironizou. “O país está passando por uma pandemia. Não é com isso que você deveria se preocupar", completou.
Quando Joe Biden subiu ao palco, foi a vez do candidato democrata criticar Trump pela condução da pandemia. Ele atacou o adversário, lembrando que o republicano sugeriu que médicos estariam ganhando mais dinheiro pela crise causada pelo novo coronavírus. "Vamos vencer este vírus e colocá-lo sob controle e o primeiro passo para fazer isso é derrotar Donald Trump", afirmou Biden.
"Ele sugeriu falsamente que eles estão aumentando o número de mortes de covid para ganhar mais dinheiro. O que há de errado com este homem? Isso é perverso”, disse. "Ele pode acreditar porque não faz outra coisa senão por dinheiro. O povo desta nação sofreu e se sacrificou por nove meses, principalmente os médicos e profissionais de saúde, e o presidente está questionando seu caráter? Sua integridade? Seu compromisso com os outros americanos? É mais do que ofensivo, é uma vergonha", completou.
Obama também comentou a postura adotada por Trump em relaçãos aos profissionais de saúde. “Ele não consegue imaginar, ou não entende, que alguém arriscaria a vida por outra pessoa sem ganhar dinheiro”, afirmou.
Durante sua fala, Biden desaprovou comentários que o atual presidente havia feito sobre os mortos na guerra dos EUA e observou que Trump "gosta de se retratar como um cara durão". Em seguida, o candidato sugeriu que gostaria de ter dado um soco nele à época. "Quando você estava no colégio, não teria gostado de aproveitar a oportunidade?”, disse Biden. "Enfim, essa é uma história diferente."
Horas após o discurso em Flint, Obama e Biden seguiram para a cidade de Detroit, onde participaram de outro comício. O evento contou com uma apresentação do multipremiado músico Stevie Wonder.
Tanto o ex-presidente, quanto o candidato democrata subiram ao palco para falar com apoiadores. Obama é o ativo mais valioso da campanha para ajudar a empolgar os eleitores democratas não-brancos para derrotar Trump.
Com 16 delegados no colégio eleitoral, Michigan é um dos Estados-chave nas eleições presidenciais, uma vez que não possui voto tradicional democrata ou republicano. Barack Obama venceu na região quando concorreu em 2008 e 2012. Entretanto, Trump saiu vitorioso no local em 2016.
O presidente americano está atrás de Joe Biden nas principais pesquisas, principalmente por conta de críticas à maneira como o governo lidou com a pandemia que matou quase 229 mil pessoas nos Estados Unidos.