Obama diz que Estados Unidos e China não são adversários

Em Xangai, líder americano ressaltou laços entre os dois países e respondeu a perguntas de estudantes chineses.

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Por BBC Brasil
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O presidente americano, Barack Obama, disse nesta segunda-feira em Xangai que Estados Unidos e China não estão "predestinados" a ser adversários. "Nós vivenciamos revezes e desafios nos últimos 30 anos. Nossa relação tem enfrentado dificuldades e desacordos, mas a noção de que devemos ser adversários não é predestinada, não quando consideramos o passado", disse Obama em um discurso no Museu de Ciência e Tecnologia de Xangai, durante sua primeira viagem presidencial à China. Obama elogiou os esforços do governo chinês para tirar milhões de pessoas da pobreza e ainda abordou a delicada questão dos direitos humanos. "As liberdades de expressão e crença, e o acesso à informação e à participação política são direitos universais. Direitos que deveriam estar disponíveis a todas as pessoas, incluindo minorias étnicas e religiosas", acrescentou o líder americano. Em seguida, Obama participou de uma sessão de perguntas e respostas com estudantes chineses. O evento foi promovido pela agência estatal de notícias Xinhua, que há alguns dias pediu aos jovens que enviassem perguntas a Obama. As questões envolveram temas ligados à política e à economia, assim como assuntos pessoais, como um aluno que perguntou se a primeira-dama, Michele, pagava por suas roupas. Ainda nesta segunda-feira o presidente americano viaja a Pequim, onde tem um jantar com o presidente chinês, Hu Jintao. Na terça-feira, os dois líderes devem discutir assuntos como desequilíbrios comerciais, programas nucleares do Irã e da Coreia do Norte e esforços para combater as mudanças climáticas. Obama ainda indicou que vai abordar suas preocupações em relação aos direitos humanos na China. Desafios Num discurso em Tóquio na semana passada, Obama disse que seu país não busca conter a China, acrescentando que os laços entre Washington e Pequim não significam um enfraquecimento das relações dos Estados Unidos com seus aliados na Ásia. Mas, de acordo com uma pesquisa online publicada na revista chinesa Globe, 80% dos entrevistados chineses opinaram que os Estados Unidos não querem ver seu país crescer. Segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil, um dos principais desafios de Obama será reforçar o diálogo com a China em meio à complicada e interdependente relação econômica dos dois países. Na passagem pela China, Obama ainda discutirá a taxa cambial fixa entre o dólar e o yuan, um dos assuntos mais urgentes na agenda americana. Com o déficit comercial com a China estimado em cerca de US$ 143,7 bilhões somente nos primeiros nove meses deste ano - e um nível de desemprego superior a 10% da população economicamente ativa -, Obama está sofrendo pressão para mudar a balança comercial com Pequim. Obama faz um giro pela Ásia, o primeiro desde que tomou posse, em janeiro. Ele iniciou a viagem pelo Japão na sexta-feira, participou da cúpula da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) em Cingapura, no fim de semana, e fica na China até quarta-feira. Em seguida, ele vai à Coreia do Sul. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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