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Obama diz que EUA vão transferir comando de operação na Líbia

No Chile, presidente dos EUA disse que principal objetivo da ofensiva é proteger civis e evitar 'ameaça' de Khadafi.

Por Marcia Carmo
Atualização:

Obama disse que EUA e Chile têm muito a fazer juntos O presidente americano, Barack Obama, disse nesta segunda-feira que os Estados Unidos vão transferir nos próximos dias o comando das operações militares na Líbia para outros países da coalizão internacional. A afirmação foi feita durante uma coletiva na capital chilena, Santiago, para onde Obama e sua família partiram após dois dias de visita ao Brasil. Segundo ele, essa transferência é necessária para garantir que fardo de pôr em prática a resolução do Conselho de Segurança contra o líder líbio Muamar Khadafi seja divido entre os membros da coalizão. "Essa transição acontecerá daqui a alguns dias, e não em algumas semanas. Por isso, espero que nos próximos dias tenhamos mais informações, e o Pentágono também poderá prestar esclarecimentos sobre esse assunto", disse Obama, acrescentando que detalhes da transferência serão determinados pelos comandantes no front. "A Otan (aliança militar ocidental) estará envolvida em uma função de coordenação, por causa de sua extraordinária capacidade." Proteção aos civis Durante a entrevista, o presidente americano também ressaltou que retirar Khadafi do poder continua a ser parte importante da política externa americana, mas deixou claro que o objetivo principal da ofensiva militar no país africano é proteger os civis líbios, não afastar Khadafi. "Já afirmei que Khadafi precisa deixar o poder. Mas nossa ação militar apoia a decisão do Conselho de Segurança (da ONU), que tem como foco a ameaça humana que Khadafi está impondo a seu povo. Ele não apenas está assassinando os civis, mas também ameaçando fazer muito mais." Representantes dos países que integram a coalizão militar na Líbia já haviam afirmado que Khadafi não era, pessoalmente, o alvo dos ataques. O presidente americano também ressaltou que os Estados Unidos não atuaram de forma autônoma ou isolada como ocorreu no passado. "Atuamos em conjunto com outros países, de acordo com o Conselho de Segurança", disse Obama, acrescentando que ele não queria que essa decisão fosse um peso para a sociedade americana. Passado do Chile Durante a entrevista, ele também garantiu que os Estados Unidos estão dispostos a cooperar com informações sobre a suposta participação do governo americano no golpe de 1973 no Chile, no qual o general Augusto Pinochet chegou ao poder, e sobre a morte do ex-presidente Salvador Allende. "Vamos considerar e colaborar caso seja feita qualquer solicitação por parte do governo chileno para obter mais dados sobre o passado." "Acho importante que todos saibamos nossa história. E a história entre os Estados Unidos e a América Latina foi por vezes extremamente difícil, mas não podemos ficar presos ao passado. Porque temos muito a desenvolver juntos com o Chile e toda a América Latina." Um grupo de deputados chilenos e de parentes de vítimas da ditadura pediu ao governo americano que fizesse um "mea culpa" por seu papel durante o período. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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