Obama diz que pode visitar Cuba em 2016 se cidadãos tiverem mais liberdade

Em entrevista, que coincidiu com o aniversário esta semana do anúncio de que Havana e Washington estavam reatando os laços, presidente ainda defendeu seu objetivo de fechar a prisão militar americana na Baía de Guantánamo

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está aberto a visitar Cuba em 2016, mas primeiro quer ver se os cidadãos da ilha estão usufruindo de mais liberdades, disse o líder americano em uma entrevista divulgada nesta segunda-feira, 14.

Em conversa com o Yahoo! News, Obama afirmou ter dito a Havana que, sem tais avanços, é improvável que ele visite a ilha comunista antes de terminar o segundo mandato, apesar do histórico reatamento de relações diplomáticas entre os dois países no começo deste ano.

Os presidentes Barack Obama e Raúl Castro têm apresentado boa relação Foto: NYT

PUBLICIDADE

"Estou muito interessado em ir a Cuba, mas acho que as condições têm de ser as certas", disse Obama. "E o que eu disse ao governo cubano foi 'se, de fato, eu puder dizer com confiança que estamos vendo algum progresso nas liberdades e possibilidades dos cubanos, eu adoraria aproveitar uma viagem como forma de enfatizar esse progresso'".

"Se eu for para uma visita, parte do acordo é que eu consiga conversar com todo mundo", disse Obama. "Deixei muito claro em minhas conversas diretas com o presidente (Raúl) Castro que continuaremos a procurar aqueles que querem ampliar o alcance da liberdade de expressão dentro de Cuba."

Na entrevista, que coincidiu com o aniversário esta semana do anúncio de que Havana e Washington estavam reatando os laços, Obama ainda defendeu seu objetivo de fechar a prisão militar americana na Baía de Guantánamo, em Cuba, mas admitiu ser improvável que ela seja devolvida a Havana em um futuro próximo.

Indagado se devolveria as instalações a Cuba se de fato fechá-la, Obama disse que a decisão deve ficar para um próximo presidente.

Apesar de prometer, durante sua primeira campanha presidencial, fechar a prisão, estabelecida para deter suspeitos de terrorismo após os atentados de 11 de setembro de 2011, Obama enfrentou resistência no Congresso dos EUA para transferir os presos, especialmente para penitenciárias em seu país. Ainda restam 107 detidos em Guantánamo, que já abrigou 600 deles.

Publicidade

Obama afirmou que ainda pode desativar a prisão antes de deixar o cargo, em janeiro de 2017, mas não enviou ao Congresso um plano já prometido explicando como o faria. Alguns dos pré-candidatos presidenciais republicanos para a eleição de 2016 declararam que irão manter as instalações em funcionamento.

Durante a entrevista, Obama também defendeu a aprovação e a liberação de prisioneiros de Guantánamo levada a cabo por seu governo, e disse que haverá ganhos estratégicos com seu fechamento. / REUTERS

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.