Obama e McCain já planejam estratégia para as eleições gerais

Democrata e republicano têm planos parecidos para conquistar os eleitores independentes e o voto latino

PUBLICIDADE

Por Adam Nagourney e Jeff Zeleny
Atualização:

O republicano John McCain e o democrata Barack Obama já começam a elaborar suas estratégias para as eleições de novembro. Eles se concentrarão nos mesmos grupos - eleitores independentes e latinos - e em cerca de dez Estados onde a disputa deverá ser decidida. McCain e Obama, que ainda não é oficialmente o candidato do partido, já começaram a formar suas equipes nos principais campos de batalha e a preparar propaganda negativa contra o adversário. McCain dedicará a próxima semana a uma série de discursos sobre o aquecimento global para brigar com Obama pelo eleitorado independente. Convencido de que questões como a associação com seu ex-pastor Jeremiah Wright prejudicaram sua posição entre os independentes, o democrata embarcará em breve em uma excursão para mostrar a história de sua vida. Os planos incluem uma escala no Havaí, onde nasceu e onde está enterrado seu avô materno, que lutou na 2ª Guerra. A decisão de McCain e Obama de se prepararem para as eleições gerais mostra que o fim da candidatura de Hillary Clinton é apenas questão de tempo. Sabendo disso, assessores de Obama estão intensificando esforços para registrar novos eleitores e enviando colaboradores para Ohio e Pensilvânia, Estados onde o democrata perdeu nas primárias e tem de vencer nas eleições presidenciais, em novembro. Os estrategistas de McCain sabem das dificuldades de Obama nesses dois Estados e abrirão ali quartéis-generais em junho. Além disso, de acordo com representantes das campanhas de ambos os candidatos, os eleitores hispânicos serão cruciais para a vitória nas eleições gerais, o que coloca no tabuleiro político Estados como Colorado, Nevada e Novo México. O republicano está preocupado, em primeiro lugar, com os Estados em que o presidente George W. Bush perdeu por pequena margem em 2004. O democrata está de olho nos Estados que faturou nas primárias, principalmente os que se mostraram republicanos nas últimas eleições, como a Virgínia, e que dão sinais de que podem mudar de lado. As duas candidaturas produziram anúncios para TV que serão exibidos assim que a disputa democrata terminar. O Comitê Nacional Republicano planeja uma campanha publicitária de US$ 19,5 milhões que retratará Obama como um candidato inexperiente e fora de sintonia com o país. McCain tentará colocar o democrata na defensiva antes que ele tenha condições de usar sua vantagem financeira contra os republicanos. A campanha de Obama está dando os retoques finais em anúncios que identificam McCain com um terceiro mandato de Bush, o que prejudicaria sua imagem de político independente.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.