Obama e Raúl Castro têm encontro histórico na Cúpula das Américas

'Estamos dispostos a discutir tudo, mas precisamos ser pacientes', diz Raúl; para Obama, haverá avanço ‘na direção do futuro’

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Por Lisandra Paraguassu , Cláudia Trevisan , Enviadas Especiais e Cidade do Panamá
Atualização:

CIDADE DO PANAMÁ - Quatro meses depois de anunciarem a retomada das relações entre seus países, os presidentes de Estados Unidos, Barack Obama, e Cuba, Raúl Castro, realizaram seu primeiro encontro formal neste sábado, 11, no Panamá, durante a Cúpula das Américas. "Nós estamos dispostos a discutir tudo, mas precisamos ser pacientes, muito pacientes", declarou o dirigente cubano."Nós estamos em uma posição de avançar na direção do futuro", ressaltou Obama.

Ecoando declarações dadas nos últimos dias pelo presidente americano, Raúl disse os dois países podem conviver apesar de suas diferenças. "Nós podemos discordar em relação a certas coisas hoje, mas podemos concordar amanhã". Segundo ele, as divergências não são um problema, desde que haja "respeito às ideias do outro".

Presidente cubano, Raúl Castro, e o presidente dos EUA, Barack Obama se reúnem durante a Cúpula das Américas, no Panamá Foto: Stephen Crowley/The New York Times

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Obama ressaltou a natureza histórica do encontro entre ambos. "Depois de 50 anos de uma política que não funcionou, é o momento de tentarmos algo novo." O presidente americano disse que continuará a defender princípios democráticos e direitos humanos, da mesma maneira em que Cuba manterá suas preocupações em relação a políticas dos EUA. No discurso que realizou durante a cúpula, Raúl criticou a presença americana na base de Guantánamo e afirmou que o embargo contra Cuba viola o direito internacional.

"Com o tempo, será possível para nós virar a página e desenvolver uma nova relação entre nossos países", observou Obama.

Os dois presidentes surpreenderam o mundo no dia 17 de dezembro com o anúncio de que deixariam para trás cinco décadas e meia de rompimento e restabeleceriam os laços entre seus países. Mas o embargo econômico imposto no início dos anos 60 continua em vigor e só pode ser levantado por decisão do Congresso dos EUA. 

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