O Estado de S.Paulo
04 de abril de 2015 | 02h04
Em Washington, o maior entrave à consolidação de uma aproximação com os iranianos vem dos republicanos que comandam as duas Casas do Congresso e já prometeram se esforçar para impedir que o presidente tenha sucesso. Parcela significativa dos parlamentares americanos também se mostra sensível aos argumentos apresentados pelo primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, contra qualquer tentativa de solução para a questão nuclear iraniana pela via diplomática.
Em Teerã, o presidente reformista enfrenta oposição dura feita pelos representantes da "linha dura" do regime comandado pelo aiatolá Khamenei. Parlamentares, analistas e representantes da mídia estatal mais ligados aos radicais afirmam que termos apresentados pelos negociadores na Suíça são "desequilibrados" e o país sai perdendo mais do que poderia.
O documento praticamente congela o programa nuclear iraniano por 25 anos, além de determinar a maior operação de vigilância já feita pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Caso o acordo seja aplicado, o Irã abrirá mão de centrífugas, limitará o nível de enriquecimento de urânio e, em troca, verá o fim das sanções econômicas contra o país.