Obama e Romney travam batalha pelo Colorado

Campanhas democrata e republicana se lançam no último esforço para convencer os eleitores do Estado mais indefinido dos EUA

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Por Denise Chrispim Marin e DENVER
Atualização:

Caminho para os aventureiros na busca do ouro no século 19 e destino mais recente dos apaixonados pelo esqui e por esportes radicais, o Colorado será um dos Estados decisivos nas eleições presidenciais americanas. A nove dias da votação, o presidente Barack Obama, candidato à reeleição, e o seu rival republicano Mitt Romney disputam ali um universo de 4% indecisos.

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Em 2008, Obama conseguiu a primeira vitória dos democratas no Colorado desde Bill Clinton, em 1992. Na ocasião, ele derrotou o republicano John McCain por 9 pontos porcentuais. Até sexta-feira, Obama e Romney estavam empatados no Estado, conforme a média das pesquisas eleitorais calculada pelo Real Clear Politics. Ambos tinham 47,8% das intenções de voto. A indefinição mobilizou as duas campanhas em um último esforço para atrair os indecisos e motivar os eleitores a votar com muitas propagandas na TV, no rádio e com o trabalho de voluntários.

Marni Gauthier, de 45 anos, é um alvo potencial: não se sente confortável para votar em Obama, como fez em 2008, ou em Romney. Professora de literatura e de cinema de uma universidade de Nova York, ela pediu demissão em 2006 para se mudar com as duas filhas para Boulder, a 48 quilômetros de Denver, onde estabeleceu-se como preparadora de executivos de grandes empresas de tecnologia usando a ioga.

Marni é conservadora do ponto de vista fiscal e crítica do governo de Obama na área econômica. Não aprova, porém, o aumento de US$ 2 trilhões no orçamento militar proposto por Romney e não concorda com as posições republicanas sobre política externa. O presidente a frustrou por não ter cumprido as promessas de fechar a prisão de Guantánamo e de trabalhar em harmonia com o Congresso. "Eu tenho de votar, mas nunca estive tão desencorajada."

Vencer no Colorado significa levar nove delegados para o Colégio Eleitoral, onde se define a eleição. O candidato que obtiver 270 delegados ganha a eleição. Na sexta-feira, a estimativa da maioria dos sites que analisam pesquisas era que Obama mantinha uma pequena vantagem sobre Romney em número de delegados.

Segundo o professor Seth Masket, diretor do Departamento de Ciência Política da Universidade de Denver, o Colorado tornou-se um Estado indefinido nas eleições em razão da imigração - de outras partes dos EUA e também do México. Apesar de ter votado em candidatos presidenciais republicanos em oito das últimas nove eleições, há uma tendência de crescimento do Partido Democrata, especialmente em Denver e Boulder, onde Obama derrotou McCain com mais de 73% dos votos.

Cerca de 70% da população do Estado é de brancos e 20% tem origem hispânica. Os negros são menos de 5% e os indígenas somam apenas 1,6%. Os presidentes de ambos os partidos, o democrata Rick Palacio e o republicano Ryan Call, concordam com o fato de os eleitores locais serem conservadores de diferentes matizes.

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Federalistas ao extremo, eles repudiam qualquer forma de interferência do governo federal no Estado e na vida das pessoas, seja na forma de subsídios agrícolas ou de assistência social. "Eu mesmo me considero um conservador moderado", confessou o democrata Palacio a um grupo de jornalistas estrangeiros.

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