EUA e China anunciam acordo sobre ciberespionagem

Segundo acordo, os dois países se comprometem a não realizar ou apoiar roubos de propriedade intelectual ou segredos comerciais

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - (Atualizada ás 20h00) O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou ontem que chegou a um acordo com a China segundo o qual nenhum dos dois países realizará ou apoiará roubos de propriedade intelectual ou segredos comerciais no ciberespaço, um importante ponto de tensão entre as duas potências. 

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“Hoje posso anunciar que nossos países chegaram a um acordo sobre o caminho a seguir no ciberespaço”, disse Obama em entrevista coletiva após receber na Casa Branca o presidente da China, Xi Jinping, que realizou sua primeira visita de Estado aos Estados Unidos.

O governo americano quer garantias a respeito das atividades da China no ciberespaço. No ultimo ano, o FBI registrou um aumento de 53% nas ações chinesas dirigidas à espionagem comercial.

Os dois países concordaram em cooperar de forma mais intensa nas investigações de crimes cibernéticos, além de criar um grupo de alto nível para combater esses tipos de ataque.

O acordo marca um avanço considerável no compromisso dos países sobre o assunto, mas não ficaram claras as formas como ele será aplicado.

O encontro ocorre em meio a tensões entre os dois países sobre a suposta espionagem virtual chinesa, as políticas econômicas de Pequim e as disputas territoriais com seus vizinhos.

Os dois presidentes também concordaram em avançar em ações contra a mudança climática. Obama e Xi também discutiram ontem o estabelecimento de um pacto sobre as emissões.

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Apesar dos acordos alcançados, Obama, criticado pelo Partido Republicano por sua reticência com relação à China, não poupou palavras e denunciou em termos particularmente fortes as limitações às liberdades individuais na China.

“Manifestei de forma franca nossa profunda convicção de que impedir advogados, jornalistas, ONGs e a sociedade civil de trabalhar livremente é problemático”, disse Obama.

O líder americano afirmou que, caso os dois países trabalhem juntos, poderão ter capacidade de moldar o curso do século. Ele ainda destacou que a visita de Xi reflete o histórico de “amizade e cooperação” bilateral. /REUTERS, EFE e ASSOCIATED PRESS

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