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Obama evoca países árabes e diz ser 'hora de algo ocorrer em Cuba'

Para que o embargo seja levantado, mudanças econômicas e avanços em direitos humanos devem ocorrer

Atualização:

WASHINGTON - O presidente americano, Barack Obama, declarou ontem que, pelo tempo que continuar à frente do governo dos Estados Unidos, estará disposto a mudar a política de seu país em relação a Cuba, sempre que mudanças significativas, no sentido da “liberdade” ocorram na ilha. Washington impõe um embargo econômico contra Havana desde 1962.

 

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“Enquanto for presidente, estarei disposto a mudar nossa política em relação a Cuba sempre que comecemos a ver uma intenção séria, por parte das autoridades cubanas, de dar liberdade ao seu próprio povo”, afirmou Obama, durante um fórum eletrônico de discussão com eleitores de origem hispânica. “Não sei o que ocorrerá (na ilha) nos próximos cinco anos, mas estaremos atentos. Se virmos um movimento positivo, reagiremos de forma positiva.”

 

Em resposta a um internauta que perguntou a ele quais seriam as condições exatas para que o embargo fosse levantado, Obama deu a entender que não seria necessária a criação de “um sistema de mercado perfeito” nem uma mudança total de regime. “Mantemos comércio e intercâmbios com inúmeros países que estão longe de ser democracias liberais”, recordou.

 

Mencionando as mudanças políticas que têm ocorrido no Norte da África e no Oriente Médio desde o início do ano, Obama afirmou que agora “é o momento para que algo ocorra em Cuba”, já que, “em todo o restante do mundo temos visto um movimento a favor da democratização”. “Chegou a hora de que o mesmo ocorra em Cuba.” Segundo Obama, porém, as mudanças econômicas que o governo de Raúl Castro tem aplicado na ilha não têm sido suficientes para a criação de uma economia de mercado. “O governo cubano disse que quer lançar uma transição (no sentido de) abrir a economia, para permitir que as empresas possam operar com mais liberdade. (Mas) não temos visto mudanças agressivas na economia.”

 

Na opinião do americano, uma melhora nos direitos humanos e individuais dos habitantes da ilha, assim como o fim da perseguição aos dissidentes políticos, também teriam de ocorrer para que os Estados Unidos alterem sua posição em relação ao governo de Havana. “A libertação (em maior escala) de presos políticos e a possibilidade de as pessoas expressarem suas opiniões e exigirem satisfações do governo seriam (mudanças) significativas”, afirmou Obama. “Até agora, não temos visto o tipo de espírito genuíno de transformação que justificaria levantarmos o embargo.”

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