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Obama exige represália ao regime de Kim

Líder americano diz que teste é ?provocação? e manda recado ao Irã em discurso para 30 mil

Por Jamil Chade e PRAGA
Atualização:

Reagindo ao suposto teste do míssil norte-coreano, o presidente americano Barack Obama endureceu ontem seu discurso contra a Coreia do Norte, exigindo punição ao regime de Pyongyang. "Este é o momento de uma forte resposta internacional e a Coreia do Norte precisa saber que o caminho para segurança e respeito nunca virão por meio de ameaças e armas ilegais", afirmou Obama, em discurso para mais de 30 mil pessoas em Praga, na República Checa, onde participou da cúpula EUA e União Europeia. Ele foi acordado nas primeiras horas do dia por um assistente que o avisou sobre o lançamento coreano. "Mais uma vez, a Coreia do Norte quebrou as regras. Essa provocação reforça a necessidade de ação, não só no Conselho de Segurança da ONU, mas em nossa determinação de evitar a proliferação dessas armas", disse. "Leis precisam ser efetivas. Violações precisam ser punidas. Palavras precisam ter significado." Obama passou o dia em consultas com outros líderes. Evitou, no entanto, falar em retaliações militares. A secretária de Estado, Hillary Clinton, foi encarregada de discutir pressões diplomáticas com japoneses, russos e chineses. ADVERTÊNCIA A TEERÃ Obama disse ainda que o Irã precisa tomar uma decisão: ou aceita cooperar ou se isolará cada vez mais, sob o risco de enfrentar uma corrida armamentista nuclear no Oriente Médio. Segundo ele, enquanto houver ameaça de agressão por parte do Irã, o governo americano manterá os planos de criar um sistema de defesa antimísseis no Leste Europeu. A advertência foi feita diante de 30 mil checos que ouviram o discurso do presidente americano em uma praça de Praga, na República Checa - que, com a Polônia, cederia o território para instalar o sistema antimíssil. "O Irã tem uma escolha clara a fazer", disse. "Ou se une à comunidade de nações e interrompe seu projeto nuclear ou irá encarar maior isolamento." Obama condicionou a desistência do sistema de defesa nesses dois países à cooperação do governo de Teerã em aceitar inspeções de seus projetos nucleares. O governo russo atacou a proposta, formulada no governo de George W. Bush. Pesquisas mostram que 70% dos checos são contra o sistema - ontem, houve protestos em Praga. "Se dependermos de pesquisas de opinião, ninguém governa", disse o primeiro-ministro demissionário, Mirek Topolanek, que perdeu o cargo após voto de censura no Parlamento checo. Para Praga, o sistema poderia conter a influência russa no Leste Europeu. Topolanek admite que, se o Irã cooperar, será difícil manter o projeto. "Nesse caso, teremos de dançar em praça pública e esquecer o plano", ironizou o premiê, que ainda acumula o cargo com o de presidente de turno da União Europeia

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