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Obama fechará prisão de Guantánamo logo após a posse, dizem assessores

Por Washington
Atualização:

Assessores do presidente eleito dos EUA, Barack Obama, disseram ontem à Associated Press que uma de suas primeiras medidas será mandar fechar a prisão militar de Guantánamo, em Cuba. De acordo com dois conselheiros de Obama, que falaram à AP sob condição de anonimato, a ordem para o fechamento seria dada no primeiro dia após a posse, na terça-feira. Apesar da determinação do futuro governo, dificilmente a ordem poderá ser cumprida imediatamente. Em entrevista na semana passada, o próprio presidente eleito reconheceu que "seria um desafio" fechar Guantánamo, mesmo nos "primeiros cem dias" de sua administração. Os primeiros suspeitos de terrorismo começaram a chegar em janeiro de 2002 a Guantánamo, que se transformou em um símbolo da política antiterror do governo de George W. Bush. Das quase 800 pessoas que passaram pela prisão, restam cerca de 250, a maior parte militantes da Al-Qaeda e do Taleban. O principal problema para o futuro governo é o que fazer com os prisioneiros. Entre as questões mais complexas está a de como instruir o processo sem usar provas que foram obtidas por meio de tortura, o que os advogados dos presos certamente procurarão explorar. Segundo especialistas, diante desse quadro, qualquer tribunal federal colocaria os acusados em liberdade. Além disso, nem todos os presos podem ser devolvidos a seus países, mesmo que não sejam mais considerados perigosos, pois há risco de serem torturados e mortos assim que voltarem para casa. Outra alternativa seria convencer aliados a aceitá-los. Portugal e Alemanha já se disseram dispostos a recebê-los. Espanha e Grã-Bretanha analisam a possibilidade. CALDERÓN Obama prometeu ontem em reunião com o presidente do México, Felipe Calderón, um "novo capítulo" na relação da Casa Branca com a América Latina. No almoço entre os dois, no Instituto Cultural Mexicano, em Washington, eles conversaram sobre imigração, tráfico de drogas e outros temas bilaterais. "Apesar de algumas tensões entre EUA e América Latina, estamos prontos para virar a página e abrir um novo capítulo nessa história", disse Obama em seu primeiro encontro com um governante estrangeiro desde a eleição, em novembro. A assessoria do presidente eleito informou ontem que a primeira viagem de Obama ao exterior, embora ainda sem data definida, será para o Canadá. VAGA NO SENADO A maioria democrata no Senado aprovou ontem o nome de Roland Burris para a vaga de senador de Obama. Burris, ex-procurador-geral do Estado de Illinois, deve assumir o cargo nos próximos dias. Inicialmente, seu nome foi rejeitado por ter sido nomeado pelo governador de Illinois, Rob Blogojevich, acusado de corrupção e de ter tentado vender a vaga de Obama no Senado. AP, AFP E EFE

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